Primeiro plano, ruínas, possivelmente de lojas. Ao lado destes estabelecimentos, estrada. Ao fundo, aqueduto.
Primeiro plano, ruínas, possivelmente de lojas. Ao lado destes estabelecimentos, estrada. Ao fundo, aqueduto.

Detalhe do aqueduto augustano, que, ao longo de quase toda a sua extensão, mede aproximadamente 3,5 km. O aqueduto foi utilizado por Conimbriga por mais de quatro séculos, tendo sido destruído, acredita-se, pelos suevos. Por baixo desta construção, estrada. A frente, ruína do alveus (banheira) frio.
Detalhe do aqueduto augustano, que, ao longo de quase toda a sua extensão, mede aproximadamente 3,5 km. O aqueduto foi utilizado por Conimbriga por mais de quatro séculos, tendo sido destruído, acredita-se, pelos suevos.  Por baixo desta construção, estrada. A frente, ruína do alveus (banheira) frio.

O sítio arqueológico de Conimbriga, localizado a 15 km de Coimbra, guarda os vestígios da presença romana no território que hoje é Portugal. As ruínas do que foi uma cidade do Império Romano conta com as muralhas de defesa da mesma, aqueduto e diversos mosaicos, além de termas, casas, estradas, fórum e anfiteatro.

Muralha que divide Conimbriga, construída para a defesa da mesma, em virtude dos ataques dos povos taxados de bárbaros pelos romanos.
Muralha que divide Conimbriga, construída para a defesa da mesma, em virtude dos ataques dos povos taxados de bárbaros pelos romanos.
Ruínas de Conímbriga. No primeiro plano, observa-se um de seus famosos mosaicos. Ao fundo, peristilo (pátio rodeado por um pórtico, constituindo o centro do espaço social de uma casa). 

No local das ruínas foram encontrados objetos que datam de até o século IX a.C., que são os indicadores mais antigos de ocupação da região. Atribuí-se que a origem do nome Conimbriga vem do sufixo céltico “briga”, significando cidadela, lugar fortificado. Já “conim” é um elemento mais antigo, aparentemente utilizado por indígenas pré-indo-europeus para designar o lugar, significando o radical eminência rochosa.

Ruínas de Conímbriga com a muralha ao fundo.
Colunas localizadas no sítio arqueológico de Conímbriga.
Colunas localizadas no sítio arqueológico de Conímbriga.

Em 139 a.C., Conimbriga, nas campanhas de Décimo Junio Bruto, cai sob o poder romano, sendo uma das principais cidades da província da Lusitânia. Até o século III d.C., a cidade cresce, recebendo o aqueduto, termas públicas, fórum, lojas, casas; é elevada a municipium (durante o reinado de Vespasiano, 69-79 d.C.); sendo também do terceiro século da era Cristã a construção das habitações atapetadas de mosaico. Entretanto, a crise do Império Romano afeta a cidade na segunda metade deste século, quando a Península Ibérica sofre as primeiras investidas bárbaras.

Detalhe de peristilo. Ao fundo, a direita, trecho da muralha de Conímbriga.
Um dos vários peristilos de Conímbriga.

No contexto destas invasões ocorridas a partir do século III, é erguida, na cidade, uma muralha, que excluí da proteção da fortificação a parte oriental. Entretanto, a construção não impede que os Suevos entrem em 465 na cidade e, em 468, destruam-na parcialmente, tendo muitos dos seus habitantes sido escravizados ou partido deste sítio.

Aspecto da sala das termas.

Ruína da sala das termas destinada a banhos quente e morno.

Por volta de 589 Conimbriga perde o título de sede episcopal para Aeminium, assim como o próprio nome, Conimbriga, que, por corrupção lingüística, transforma-se no vocábulo Coimbra. Os habitantes conimbrigenses restantes fundam, mais ao norte, Condeixa-a-Velha.

Detalhe do sistema de aquecimento da sala das termas.
Aspecto das ruínas de Conímbriga.

O interesse pelas ruínas começa no Renascimento, tendo, D. Manuel, em 1519, demonstrado o seu apreço pelos vestígios romanos. Na segunda metade do século XIX, as primeiras sondagens de vulto são feitas. No século XX, o interesse pelas ruínas não são abandonados e, em 1958, com a criação do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, contribui enormemente para o progresso dos estudos arqueológicos no país.

Peristilo com chão ornamentado com mosaicos. Pelo fato deste lago ser ornado de canteiros ajardinados e jogos de água, ele é único. Observa-se, ainda, que este peristilo encontra-se em um domus, casa particular ocupada por um único proprietário e sua família.
Mosaico com tema cotidiano: caçada ao veado. 

Os materiais achados durante as escavações estão expostos no Museu Monográfico, criado para tal função, a ajudar a reconstituir a vida nesta região, ocupada desde a Idade do Ferro até à época Cristã.

Para mais informações sobre a presença romana em Portugal:

Entrevista com o prof. Dr. José D’Encarnação (Universidade de Coimbra).

Contactos:

Conimbriga, Condeixa-a-Velha
3150-999 Condeixa-a-Nova
PORTUGAL

Tel: + 351 39 941 177

Fax: + 351 39 941 474

Museu Monográfico de Conimbriga

3150 Condeixa-a-Velha

Tel. 239 94 11 77

Bibliografia e sítios consultados:

ENCARNAÇÃO, José. Entrevista concedida em 23/09/2003. In: Revista Tema Livre, ed.07, 23 dezembro 2003. Disponível em: http://www.revistatemalivre.com

GARCIA, José Manuel. História de Portugal: Uma visão global. Lisboa: Editorial Presença, ano.

MATTOSO, José. História de Portugal . Lisboa: Estampa, v.1, 1993.

RUÍNAS DE CONIMBRIGA. Roteiros da Arqueologia Portuguesa. [s/l]: Instituto Português de Museus, v.2, 2002.

http://www.cm-condeixa.pt/cultura/m_conimb.htm
http://www.cm-condeixa.pt/turismo/conimbriga.htm
http://www.conimbriga.pt/index.html
http://www.uc.pt/iauc/historia/historia.html

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