Niterói, quarta-feira, 15 de maio de 2024.

 

Antiga sede da Enel em Niterói./Enel divulgação.

Na última quinta-feira (9 de maio), no plenário da Câmara de Vereadores, a CPI que investigou as irregularidades no fornecimento de energia elétrica para Niterói pela Enel pediu a revogação da concessão da empresa e, à altura, entregou relatório sobre a atuação da companhia na cidade.

 

De acordo com os contratos estabelecidos na década de 1990, quando diversas empresas de fornecimento de energia elétrica foram privatizadas, a Prefeitura e a Câmara Municipal não podem decidir se a Enel permanecerá prestando ou não o serviço. A decisão está nas mãos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

 

Ao longo das mais de 250 páginas do relatório, foi possível identificar que:

 

A Enel no Procon: 523 reclamações contra a empresa nos últimos 4 anos;

 

A ENEL no Ministério Público: 827 reclamações (2022), 7 ações civil públicas protocoladas (2023/ 4 ainda estão em andamento);

 

A Enel na Justiça: 1.749 processos (entre 2020 e 2023);

 

A Enel e a Prefeitura: a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos da Prefeitura de Niterói enviou 2.158 ofícios à concessionária referentes à fiação irregular, poda e problemas com poste (2021 a 2023). 1.616 permanecem sem resposta (75%).

 

Mais de 80% da população sem luz: no dia 18 de novembro de 2023, a Enel deixou a maioria esmagadora da cidade sem luz. Os dados são da própria Enel.

 

Exigências

O relatório exige que sejam criados mais canais de comunicação com a população, inclusive com mais lojas. A manutenção dos transformadores também foi um tópico. Determina-se mais agilidade na resolução desta questão.

 

 

Um pouco de História

Como a Enel “veio parar” em Niterói?

  • Marcello Alencar (PSDB/RJ): durante sua gestão ocorreu a privatização da CERJ.

    A Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro (CERJ) era uma empresa do Estado do Rio e fornecia energia para a cidade. Sua sede ficava em São Domingos. A CERJ foi privatizada em 1996, no governo Marcello Alencar, do PSDB/RJ.

 

  • À altura, o sócio majoritário no consórcio que adquiriu a empresa estadual foi a chilena Chilectra.

 

  • No início dos anos 2000, a espanhola Endesa passou a ser a sócia majoritária, transformando a antiga CERJ em Ampla.

 

  • Em 2009, a italiana Enel adquiriu a antiga Ampla e, a partir de 2016, a marca Enel Distribuição Rio passou a ser utilizada pela empresa estrangeira.

 

 

  • Recentemente, na década de 2020, a Enel tirou a sua sede de Niterói e a levou para o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

 

 

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