Niterói, 17 de junho de 2024

 

Da redação.

 

Na noite da última sexta, a historiadora Lilia Schwarcz tomou posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), passando a ocupar a cadeira nº 9, vaga em razão do falecimento de Alberto da Costa e Silva (1931 – 2023). O evento ocorreu na sede da instituição, o Petit Trianon, no centro do Rio.

 

Da esquerda para a direita: Lilia Schwarcz, Rosiska Darcy de Oliveira, Antônio Torres, Antonio Carlos Secchin, Carmen Lúcia, Merval Pereira, Silvio Almeida, Geraldo Carneiro e Paulo Niemeyer Filho/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

“Gostaria muito de seguir os passos do Dr. Alberto Costa e Silva e cuidar em primeiro lugar da memória. A ABL é uma instituição fundamental para a memória brasileira. Quero vasculhar os arquivos como ele fazia, contar essa história, sobretudo, mais plural e representativa. O Alberto foi um grande combatente pela equidade. Era um estudioso das Áfricas, da escravidão, então eu gostaria de continuar esse projeto. Com Rosika, Ana Maria Machado, Heloisa Teixeira e Fernanda Montenegro, acho que a gente pode, sem excluir ninguém, incluir muito. Há uma memória feminina para ser trabalhada e uma história feminina para ser explorada” observou Schwarcz em matéria sobre sua posse disponível no site da ABL.

 

A entrada da historiadora no salão da ABL/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

Recepção: a acadêmica Rosiska Darcy de Oliveira discursa/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

Sobre a cerimônia, compuseram a comissão de entrada, que acompanhou a historiadora ao salão do evento, os acadêmicos Fernanda Montenegro, Heloisa Teixeira e Ailton Krenak. A acadêmica Rosiska Darcy de Oliveira recebeu a pesquisadora. Os acadêmicos Celso Lafer e Arno Wehling entregaram, respectivamente, o colar e o diploma a Schwarcz. A comissão de saída foi composta pelos acadêmicos Eduardo Gianetti, Domicio Proença Filho e Ruy Castro.

 

Recebendo cordão das mãos de Celso Lafer/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

O historiador Arno Wehling entrega o diploma à professora da USP/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

O evento ainda contou com a presença do também acadêmico Gilberto Gil, da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e do senador Randolfe Rodrigues, que também é historiador.

 

A historiadora assina o livro da instituição/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

Lilia Schwarcz discursa em sua posse na ABL/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

Ao longo de sua trajetória, a historiadora publicou mais de 30 livros de sua autoria e foi uma das fundadoras, ao lado de seu marido, Luiz Schwarcz, da editora Companhia das Letras. Além disso, atuou em universidades do Brasil e do exterior, estando, atualmente, vinculada à Universidade de São Paulo (USP), a Princeton e Chicago, nos Estados Unidos, e à Freie Universität Berlin, na Alemanha. A intelectual compõe, também, os quadros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e os conselhos consultivos do Patrimônio Cultural do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da República, e da Fundamentação Biblioteca Nacional. É pesquisadora sênior do CNPq.

 

Fernanda Montenegro, que compôs a comissão de entrada de Schwarcz no salão/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

O acadêmico de Gilberto Gil, que teve verso de sua autoria como parte do encerramento do discurso da historiadora/Img: youtube.com/@abletrasabl.

 

A obra de Schwarcz acumula uma série de prêmios, como, por exemplo, o Jabuti. A pesquisadora tem se dedicado a questões de raça e gênero, bem como à análise de imagens, incorporando a essas fontes olhar antropológico.

 

 

#Acervo Ouça o Podcast revistatemalivre.com que teve como convidada a historiadora Lilia Schwarcz

 

 

 

A cerimônia está disponível no canal do YT da ABL

 

https://youtu.be/YFE9y2YiOT8

 

 

 

#Memória: há 20 anos

Releia a matéria da posse do historiador José Murilo de Carvalho na ABL clicando aqui.

 

 

Um pouco mais sobre Lilia Schwarcz

Nome completo: Lilia Katri Moritz Schwarcz;

 

Nascimento: São Paulo, 27 de dezembro de 1957;

 

Graduação: História/USP;

 

Mestrado: Antropologia Social/Unicamp;

 

Doutorado: Antropologia Social/USP;

 

É professora da USP desde 1988;

 

É a 11ª mulher a ocupar uma cadeira da ABL

 

 

Prêmios e condecorações

1999 – Livro do ano não ficção, Prêmio Jabuti (CBL), pela obra As Barbas do Imperador.

 

1999 – 2º lugar na categoria Ensaio e Biografia, Prêmio Jabuti (CBL), pela obra As Barbas do Imperador.

 

2008 – Medalha Júlio Ribeiro (por destaque cultural e etnográfico) da Academia Brasileira de Letras.

 

2009 – 1º lugar na categoria Biografia, Prêmio Jabuti (CBL), pela obra O Sol do Brasil.

 

2010 – 3º lugar na categoria Ciências Humanas, Prêmio Jabuti (CBL), pela obra Um enigma chamado Brasil.

 

2010 – Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico.

 

2014 – Prêmio ABL de História e Ciências Sociais (ABL), pela obra Batalha do Avaí.

 

2016 – 1º lugar na categoria Arquitetura, Urbanismo, Artes e Fotografia, Prêmio Jabuti (CBL), pela obra Histórias Mestiças: Catálogo.

 

2023 – Comenda Rio Branco.

 

 

Obras

Retrato em Branco e Negro: Jornais, Escravos e Cidadãos em São Paulo no Fim do Século XIX. Companhia das Letras, 1987.

 

O Espetáculo das Raças. Cientistas, Instituições e Pensamento Racial no Brasil: 1870-1930. Companhia das Letras, 1993.

 

As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um Monarca nos Trópicos. Companhia das Letras, 1998 – Prêmio Jabuti – Livro do ano 1999.

 

O Império em Procissão. Zahar, 2000.

 

A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis: Do Terremoto de Lisboa à Independência do Brasil. Companhia das Letras, 2002.

 

O Sol do Brasil: NICOLAS-ANTOINE TAUNAY e as Desventuras dos Artistas Franceses na Corte de D. João 1816-1821. Companhia das Letras, 2008 – Prêmio Jabuti – Melhor Biografia 2009

 

D. João Carioca: A Corte Portuguesa Chega ao Brasil 1808-1821. Companhia das Letras, 2008.

 

Um Enigma Chamado Brasil (com André Botelho). Companhia das Letras, 2009 – Prêmio Jabuti – Ciências Sociais 2010

 

Agenda Brasileira (com André Botelho). Companhia das Letras, 2011.

 

História do Brasil Nação Vol. 3: A Abertura para o Mundo 1889-1930 (Org. do volume e Diretora da Coleção). Objetiva, 2012.

 

Nem Preto nem Branco, muito pelo Contrário. Claro Enigma (Companhia das Letras), 2012.

 

Racismo no Brasil. Publifolha, 2012.

 

A Batalha do Avaí, a Beleza da Barbárie: A Guerra do Paraguai Pintada por Pedro Américo. Rio de Janeiro, Sextante. 2013.

 

Brasil: Uma Biografia (com Heloisa Murgel Starling). Companhia das Letras. 2015.

 

Lima Barreto: Triste Visionário. Companhia das Letras, 2017.

 

Sobre o Autoritarismo Brasileiro. Companhia das Letras, 2019.

 

Quando Acaba o Século XX. Companhia das Letras, 2020.

 

A Bailarina da Morte: A Gripe Espanhola no Brasil. Companhia das Letras, 2020.

 

 

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