Niterói, 17 de outubro de 2022.
Da Redação
A Coordenação do Curso de Graduação em Ciências Atuariais da Universidade Federal Fluminense (UFF) realizou, no último dia 26 de agosto de 2022, a cerimônia para a entrega do Prêmio Rio Nogueira a seus egressos e formandos. A premiação objetiva estimular o corpo discente no seu desenvolvimento acadêmico ao longo do curso e é concedida aos três alunos formados em cada período que conquistaram o melhor Coeficiente de Rendimento (CR). Para evitar uma competição que possa ser prejudicial aos estudantes, a coordenação só informa o resultado na semana anterior à entrega da premiação.
Obtido por meio da aplicação de uma fórmula, conforme estabelecido pela UFF, o CR expressa o aproveitamento escolar do aluno e é calculado com base nas notas finais alcançadas pelo estudante em todas as disciplinas cursadas desde o seu ingresso no curso.
O evento ocorre desde 2016, mas, em razão da pandemia, esteve suspenso nos últimos dois anos. Com o retorno às atividades de forma totalmente presencial no segundo semestre de 2022, a cerimônia contemplou alunos que se formaram em 2019, 2020 e 2021. Além dos egressos, a entrega do prêmio contou com a participação de professores, de alunos de diversos períodos e de familiares dos premiados.
À altura, diversos ex-alunos contaram aos presentes um pouco de suas trajetórias de vida, estudantil e profissional, envolvendo aspectos como a descoberta das Ciências Atuariais, a decisão por cursar essa graduação, o esforço necessário para formar-se em uma instituição de excelência e em um curso difícil, que envolve aspectos quantitativos e qualitativos.
Formado em 2019/2, o atuário João Antônio Petito disse ao público, ao receber a sua premiação, que “eu vi a entrega do prêmio como calouro e naquele dia falei com um colega meu, a gente vai ganhar esse troféu ao final da faculdade. Vamos estudar bastante para conseguir. E conseguimos com bastante esforço e dedicação. Hoje estamos no mercado e o que eu posso dizer é que essa faculdade é uma família, todo mundo aqui aprende junto, estudamos juntos, todo mundo se ajuda… esse é um diferencial do nosso curso, todo mundo anda junto! Aos calouros, espero que daqui a alguns anos vocês estejam aqui recebendo o prêmio!”
O atuário Jonathas Cordeiro, que concluiu sua graduação em 2020/1, ao receber o prêmio, falou aos presentes que “o curso é difícil, mas vivi aqui momentos de grande aprendizagem. Ao longo do tempo, fiz vários amigos, participei de projeto de extensão, meu primeiro estágio foi na coordenação, quer dizer, a minha primeira chance profissional foi aqui na própria UFF. Sou grato pelas oportunidades que tive aqui no curso e é muita alegria estar aqui, hoje, recebendo esse prêmio” e, aos discentes presentes, orientou-lhes “aproveitem o curso, aproveitem essa carreira linda que é a Atuária, que só tem a crescer nos próximos anos!”
Sobre a cerimônia de entrega, o coordenador do curso, Carlos Campello, observa que “A entrega do prêmio é sempre uma cerimônia aguardada pelos alunos e a presença de familiares mostra a importância da família na conquista de cada discente. Vale destacar que todos os alunos que receberam o prêmio estão empregados, o que demonstra o reconhecimento da qualidade do curso. Além disso, observa-se que muitos dos premiados ressaltaram na cerimônia a integração entre o corpo docente, questão sempre estimulada pela coordenação do curso”
A trajetória de Rio Nogueira
O personagem que dá título à premiação nasceu em 7 de dezembro de 1922 no então Distrito Federal, ou seja, na cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente em Vila Isabel. Estudou no Colégio Pedro II e graduou-se, em 1942, em Matemática, na Universidade do Brasil (UB), hoje UFRJ. Posteriormente, em 1948, Rio Nogueira concluiu sua formação em Engenharia Civil na mesma instituição.
Como professor, Nogueira ingressou na UB em 1944 e, ao longo de sua trajetória, lecionou na Fundação Getúlio Vargas (FGV), na Escola Nacional de Ciências Políticas e Econômicas, vinculada ao IBGE, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) e na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE).
Em 1949, Rio Nogueira recebeu o título de Doutor em Matemática pela Escola Nacional de Agronomia da Universidade Rural (atual UFRRJ), pois defendeu tese como requisito para o concurso para Professor Catedrático. Em 1963, apresentou nova tese para ingressar na cátedra de “Complementos da Matemática – Matemática Financeira” da atual UFRJ.
No mesmo ano, o docente participou da fundação da Serviços Técnicos de Estatística e Atuária (STEA), organização responsável pela criação de diversos fundos de pensão nas décadas de 1970 e 80, como, por exemplo, a Fundação Petrobras de Seguridade Social (PETROS), a Fundação da Vale do Rio Doce de Seguridade Social (VALIA) e o Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (POSTALIS), dentre outros. Também no âmbito da previdência, Rio Nogueira atuou junto a governos de diversos estados de Norte a Sul do Brasil, como, por exemplo, no do Ceará, no de Santa Catarina e no da extinta Guanabara, além de municípios como Salvador, Taubaté e Campo Grande.
Rio Nogueira exerceu, ainda, o ofício de Atuário no Ministério do Trabalho, no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas (IAPETC) e no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), dentre outras organizações, e participou de diversas comissões governamentais em assuntos nas áreas de economia, previdência e cálculo atuarial.
Por sua destacada atuação, foi reconhecido, em 1974, pelo Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), como Atuário, tendo sido, logo em seguida, empossado como presidente da organização por dois mandatos. Ainda no âmbito das instituições classistas, Nogueira atuou na Associação Interamericana de Atuários de Seguridade Social, na Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), no Istituto Italiano Degli Attuari, na Associação Brasileira de Previdência Privada (ABRAPP) e na Association Actuarielle Internationalle.
Contribuiu, ainda, para o desenvolvimento e divulgação do conhecimento no campo atuarial através da realização de livros e artigos. Também recebeu diversos prêmios e homenagens em vida e postumamente pela sua contribuição no desenvolvimento da área das Ciências Atuariais. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de maio de 2005.
Saiba mais sobre as Ciências Atuariais:
Vídeos:
Debate Tema Livre: edição 001 – O que são as Ciências Atuáriais?
Debate Tema Livre: edição 002 – Uma conversa sobre as Ciências Atuariais.
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