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Prêmio Rio Nogueira: ação na UFF incentiva alunos

Niterói, 17 de outubro de 2022.

Da Redação

 

A Coordenação do Curso de Graduação em Ciências Atuariais da Universidade Federal Fluminense (UFF) realizou, no último dia 26 de agosto de 2022, a cerimônia para a entrega do Prêmio Rio Nogueira a seus egressos e formandos. A premiação objetiva estimular o corpo discente no seu desenvolvimento acadêmico ao longo do curso e é concedida aos três alunos formados em cada período que conquistaram o melhor Coeficiente de Rendimento (CR). Para evitar uma competição que possa ser prejudicial aos estudantes, a coordenação só informa o resultado na semana anterior à entrega da premiação.

 

Prêmio Rio Nogueira: a logo do curso de Ciências Atuariais da UFF feita em acrílico

 


Obtido por meio da aplicação de uma fórmula, conforme estabelecido pela UFF, o CR expressa o aproveitamento escolar do aluno e é calculado com base nas notas finais alcançadas pelo estudante em todas as disciplinas cursadas desde o seu ingresso no curso.


O evento ocorre desde 2016, mas, em razão da pandemia, esteve suspenso nos últimos dois anos. Com o retorno às atividades de forma totalmente presencial no segundo semestre de 2022, a cerimônia contemplou alunos que se formaram em 2019, 2020 e 2021. Além dos egressos, a entrega do prêmio contou com a participação de professores, de alunos de diversos períodos e de familiares dos premiados.

 

 Foto da cerimônia, que aconteceu no Campus do Valonguinho

 


À altura, diversos ex-alunos contaram aos presentes um pouco de suas trajetórias de vida, estudantil e profissional, envolvendo aspectos como a descoberta das Ciências Atuariais, a decisão por cursar essa graduação, o esforço necessário para formar-se em uma instituição de excelência e em um curso difícil, que envolve aspectos quantitativos e qualitativos.

 

Egressos, discentes, familiares e professores na cerimônia de entrega do prêmio

 


Formado em 2019/2, o atuário João Antônio Petito disse ao público, ao receber a sua premiação, que “eu vi a entrega do prêmio como calouro e naquele dia falei com um colega meu, a gente vai ganhar esse troféu ao final da faculdade. Vamos estudar bastante para conseguir. E conseguimos com bastante esforço e dedicação. Hoje estamos no mercado e o que eu posso dizer é que essa faculdade é uma família, todo mundo aqui aprende junto, estudamos juntos, todo mundo se ajuda… esse é um diferencial do nosso curso, todo mundo anda junto! Aos calouros, espero que daqui a alguns anos vocês estejam aqui recebendo o prêmio!”

 

Fábio Ferreira, professor do curso, e o atuário Jonathas Cordeiro.

 

O atuário Jonathas Cordeiro, que concluiu sua graduação em 2020/1, ao receber o prêmio, falou aos presentes que “o curso é difícil, mas vivi aqui momentos de grande aprendizagem. Ao longo do tempo, fiz vários amigos, participei de projeto de extensão, meu primeiro estágio foi na coordenação, quer dizer, a minha primeira chance profissional foi aqui na própria UFF. Sou grato pelas oportunidades que tive aqui no curso e é muita alegria estar aqui, hoje, recebendo esse prêmio” e, aos discentes presentes, orientou-lhes “aproveitem o curso, aproveitem essa carreira linda que é a Atuária, que só tem a crescer nos próximos anos!”

 

O coordenador do curso, Carlos Campello, em conversa com o público presente

 

Sobre a cerimônia de entrega, o coordenador do curso, Carlos Campello, observa que “A entrega do prêmio é sempre uma cerimônia aguardada pelos alunos e a presença de familiares mostra a importância da família na conquista de cada discente. Vale destacar que todos os alunos que receberam o prêmio estão empregados, o que demonstra o reconhecimento da qualidade do curso. Além disso, observa-se que muitos dos premiados ressaltaram na cerimônia a integração entre o corpo docente, questão sempre estimulada pela coordenação do curso”


A trajetória de Rio Nogueira

Rio Nogueira em foto que faz parte do acervo do MAST.

O personagem que dá título à premiação nasceu em 7 de dezembro de 1922 no então Distrito Federal, ou seja, na cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente em Vila Isabel. Estudou no Colégio Pedro II e graduou-se, em 1942, em Matemática, na Universidade do Brasil (UB), hoje UFRJ. Posteriormente, em 1948, Rio Nogueira concluiu sua formação em Engenharia Civil na mesma instituição. 


Como professor, Nogueira ingressou na UB em 1944 e, ao longo de sua trajetória, lecionou na Fundação Getúlio Vargas (FGV), na Escola Nacional de Ciências Políticas e Econômicas, vinculada ao IBGE, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) e na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE).

Em 1949, Rio Nogueira recebeu o título de Doutor em Matemática pela Escola Nacional de Agronomia da Universidade Rural (atual UFRRJ), pois defendeu tese como requisito para o concurso para Professor Catedrático. Em 1963, apresentou nova tese para ingressar na cátedra de “Complementos da Matemática – Matemática Financeira” da atual UFRJ.


No mesmo ano, o docente participou da fundação da Serviços Técnicos de Estatística e Atuária (STEA), organização responsável pela criação de diversos fundos de pensão nas décadas de 1970 e 80, como, por exemplo, a Fundação Petrobras de Seguridade Social (PETROS), a Fundação da Vale do Rio Doce de Seguridade Social (VALIA) e o Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (POSTALIS), dentre outros. Também no âmbito da previdência, Rio Nogueira atuou junto a governos de diversos estados de Norte a Sul do Brasil, como, por exemplo, no do Ceará, no de Santa Catarina e no da extinta Guanabara, além de municípios como Salvador, Taubaté e Campo Grande.


Rio Nogueira exerceu, ainda, o ofício de Atuário no Ministério do Trabalho, no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas (IAPETC) e no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), dentre outras organizações, e participou de diversas comissões governamentais em assuntos nas áreas de economia, previdência e cálculo atuarial. 


Por sua destacada atuação, foi reconhecido, em 1974, pelo Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), como Atuário, tendo sido, logo em seguida, empossado como presidente da organização por dois mandatos. Ainda no âmbito das instituições classistas, Nogueira atuou na Associação Interamericana de Atuários de Seguridade Social, na Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), no Istituto Italiano Degli Attuari, na Associação Brasileira de Previdência Privada (ABRAPP) e na Association Actuarielle Internationalle.


Contribuiu, ainda, para o desenvolvimento e divulgação do conhecimento no campo atuarial através da realização de livros e artigos. Também recebeu diversos prêmios e homenagens em vida e postumamente pela sua contribuição no desenvolvimento da área das Ciências Atuariais. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de maio de 2005.

 

Saiba mais sobre as Ciências Atuariais:

 

  • Vídeos:

 

Debate Tema Livre: edição 001 – O que são as Ciências Atuáriais?

 

https://youtube.com/live/A9rFCQ6QB2s

 

 

 

 

Debate Tema Livre: edição 002 – Uma conversa sobre as Ciências Atuariais.

 

 

https://youtube.com/live/cqH6-GgQ2F4

 

 

 

 

 

Leia mais notícias sobre "Temas Atuariais" na Revista Tema Livre clicando em:

 

 

– O mercado actuarial e a falta de profissionais qualificados

 

 

– Ranking: conheça as 13 profissões mais difíceis de explicar e veja qual a posição do "atuário"

 

 

– Ciências Atuariais está entre as três carreiras que pagam melhor aos seus estagiários

 

 

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Marieta de Moraes Ferreira é a vencedora do Prêmio Michel Marie Le Ven de Reconhecimento em História Oral

Niterói, 9 de junho de 2022.

Na última sexta (03/06), a Associação Brasileira de História Oral (ABHO) divulgou em suas redes sociais que a Prof.ª Dr.ª Marieta de Moraes Ferreira (UFRJ/FGV) foi a vencedora da 1ª edição do Prêmio Michel Marie Le Ven de Reconhecimento em História Oral, premiação concedido pela referida organização.
Ao longo de sua trajetória acadêmica, a historiadora fluminense tem contribuído para o desenvolvimento da historiografia brasileira, incluindo aí pesquisas referentes à História Oral. Seu livro “Usos e Abusos da História Oral”, escrito em parceria com Janaína Amado e cuja primeira edição data de 1996 (atualmente, está na 8ª, algo raro para livros acadêmicos), é leitura obrigatória para qualquer pesquisador que queira trabalhar com entrevistas. Além disso, a pesquisadora teve participação ativa na criação da ABHO, tendo sido, no período de 1994 a 1996, sua presidente. 
A entrega da honraria será durante o “XVI Encontro Nacional de História Oral”, que ocorrerá, no próximo mês, no Rio de Janeiro.

 

Acervo: leia entrevista concedida pela Prof.ª Dr.ª Marieta de Moraes Ferreira à revistatemalivre.com clicando aqui.

 

Podcast: ouça o podcast revistatemalivre.com intitulado "A História e o ofício do historiador", que teve como convidada a Prof.ª Dr.ª Marieta de Moraes Ferreira, clicando aqui.

 


Abaixo, a nota que a diretoria da ABHO divulgou em sua página do Facebook sobre o prêmio concedido a Marieta de Moraes Ferreira:

(Extraído de https://www.facebook.com/associacaobrasileiradehistoriaoral/photos/a.582463001812658/5332265203499057/)

 

 

“PRÊMIO MICHEL MARIE LE VEN DE RECONHECIMENTO EM HISTÓRIA ORAL
A Associação Brasileira de História Oral (ABHO) tem enorme prazer em comunicar todos os seus associados e a comunidade acadêmica o nome da vencedora do Prêmio Michel Marie Le Ven de Reconhecimento em História Oral, instituído em 2022 e outorgado pela primeira vez. A partir do presente ano, a honraria concedida bianualmente e oferecida em cerimônia a ser realizada durante os encontros nacionais de história oral promovidos pela ABHO.
O prêmio integra-se às demais condecorações oferecidas pela ABHO e tem como objetivo valorizar e homenagear indivíduos que tenham oferecido contribuições significativas para o desenvolvimento da prática de história oral no Brasil, sua reflexão e difusão, celebrando a trajetória de profissionais indispensáveis para a constituição e consolidação da área de estudos.
O prêmio recebe o nome de Michel Marie Le Ven (1931-2021), pioneiro na prática de história oral no Brasil, filiado à ABHO, diretor para a região Sudeste (1998-2000), membro do conselho fiscal (1996-1998), membro do conselho editorial da revista História Oral (2000-2002), e participante ativo da comunidade brasileira de história oral, como tributo ao seu importante papel na divulgação da metodologia e à solidez e coerência manifestada ao longo de sua trajetória, no trato ético e responsável com os depoimentos pessoais.
O prêmio tem caráter não competitivo e seus recipientes são escolhidos a partir de consulta à Diretoria ampliada da ABHO, composta pela Diretoria Nacional, Diretorias Regionais, Conselho Científico, Conselho Fiscal e Comitê Editorial. Em conformidade com a portaria de instituição do prêmio, a Diretoria ampliada foi consultada e uma das indicadas recebeu número superior à metade das indicações recebidas, sendo automaticamente considerada a recipiente do prêmio.
* * *
AGRACIADA NO ANO DE 2022
MARIETA DE MORAES FERREIRA
Professora, pesquisadora, historiadora, escritora, editora e primeira presidente da Associação Brasileira de História Oral (ABHO), Marieta de Moraes Ferreira é uma referência intelectual e profissional incontornável para todos os praticantes de história oral no Brasil.
Enquanto professora do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Pesquisa e Documentação em História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV), Ferreira envidou desde os anos 1990 esforços pessoais e coletivos em favor do amadurecimento dos debates sobre história oral, no âmbito da história do tempo presente, bem como de seu estabelecimento e afirmação institucional como uma área interdisciplinar.
Participou das primeiras discussões que levaram à fundação da ABHO, da qual foi presidente de 1994 a 1996 e vice-presidente de 2006 a 2008, além de membro de diferentes comitês ao longo das gestões. Teve papel indispensável na articulação da história oral feita no Brasil com a comunidade internacional, participando de várias conferências nacionais e internacionais, inclusive da conferência de Gotemburgo, em 1996, na qual foi criada a International Oral History Association, da qual foi vice-presidente por duas gestões e presidente de 2000 a 2002.
Não menos impressionante é a produção intelectual consistente e incessante de Ferreira, que inclui artigos e ensaios que contribuíram enormemente para o processo de legitimação do trabalho com fontes orais em diferentes disciplinas, e que persistem amparando teórica e conceitualmente a prática da história oral. Coube a Ferreira, ainda, a co-organização de uma das publicações mais influentes no país, o volume Usos e abusos da história oral, apenas um dos diversos livros por ela assinados.
A atual gestão da Associação Brasileira de História Oral tem o prazer de contar com a participação de Ferreira no comitê editorial da revista História Oral e no grupo de trabalho Memória da ABHO, o que atesta seu compromisso duradouro com a área e com a associação.
Por essas razões, temos o enorme prazer de convidar a professora Marieta de Moraes Ferreira a receber o Prêmio Michel Marie Le Ven de Reconhecimento em História Oral durante o “XVI Encontro Nacional de História Oral: Pandemia e Futuros Possíveis”, que acontecerá de 25 a 28 de julho de 2022, incidentalmente sediada em suas duas instituições de vínculo, a UFRJ e a FGV.
Diretoria Nacional
Associação Brasileira de História Oral”

 

 

 

 

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Regulamentada a profissão de historiador

Niterói, 18 de agosto de 2020.

Em fevereiro desse ano, após a plenária do Senado Federal aprovar o Projeto de Lei n° 368, de 2009, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS), que regula o exercício da profissão de historiador e estabelece os requisitos para seu exercício, parecia que, após aproximadamente uma década no Congresso Nacional, a demanda da comunidade de historiadores teria fim. Do Senado à sanção presidencial acreditava-se que a regulamentação faria um voo em céu de brigadeiro. Porém, a história não foi bem essa.
No final de abril, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), vetou integralmente o projeto, alegando que a regulamentação feria a Constituição Federal, pois essa garante que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" e, ainda, restringia “o livre exercício profissional”.  O veto presidencial foi apoiado em pareceres do Ministério da Economia e da Advocacia-Geral da União. 
No entanto, cabia ao legislativo analisar a ação do líder do executivo federal e várias datas foram marcadas para a apreciação. Concomitantemente, inclusive no momento em que o Brasil vivia situação extrema em função da pandemia do novo corona vírus, houve a mobilização de diversos historiadores e da Associação Nacional de História, a ANPUH. Foi, então, pautada para a quarta-feira, 12 de agosto, no Congresso Nacional, a análise do veto presidencial.
As duas casas deram vitória aos historiadores em um placar extremamente favorável: 68 senadores votaram pela regulamentação, tendo sido contra apenas um. Na Câmara, 455 deputados foram favoráveis pela causa dos profissionais da História, ao passo que 26 foram contrários. Com a derrubada do veto, o presidente da República tinha 48h para assinar a regulamentação. Caso optasse por não fazê-lo, a ação recairia no presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM/AP). No entanto, isso não ocorreu. Bolsonaro promulgou a lei que regulamenta o ofício, e essa foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na madrugada de terça-feira, 18 de agosto. 

 

O que muda
Com a lei nº 14.038, de 17 de agosto de 2020, o exercício da profissão de historiador é assegurada aos portadores de diploma de curso superior, mestrado ou doutorado em História, bem como a mestres e doutores que tenham cursado stricto sensu reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que tenha linha de pesquisa dedicada à História. Profissionais diplomados em outras áreas também poderão exercer o ofício, desde que comprovem sua atuação profissional há mais de cinco anos na área de História. Os diplomas emitidos no exterior deverão ser revalidados no Brasil.
Aos historiadores atribui-se o magistério da disciplina de História nas escolas, assessorar avaliações para documentos a serem preservados, elaboração de pareceres, relatórios e laudos sobre temas da História, organização de informações para publicações, eventos e exposições com temática histórica e planejamento, organização e direção de serviços de pesquisa. Para exercer as diversas atividades, os historiadores deverão estar devidamente cadastrados junto a autoridade trabalhista competente.

 

A longa história dessa história
O primeiro projeto de regulamentação surgiu na década de 1960, mais precisamente em 1968, quando o deputado Ewaldo de Almeida Pinto (MDB/SP) apresentou proposta para regulamentar o ofício de Historiógrafo – termo utilizado no texto do parlamentar paulista. O projeto foi arquivado por forças ligadas aos militares na Câmara dos Deputados e, em 1969, o deputado teve seu mandato cassado por Costa e Silva. Demoraria quinze anos para que se voltasse ao parlamento brasileiro o pleito referente à regulamentação.
Em 1983, o jornalista e advogado José Carlos Fonseca (PDS/ES) apresentou o PL 2647, que visava a regulamentação. O projeto de lei tramitou vitoriosamente por várias comissões da Câmara: Comissão de Constituição e Justiça (1984), Comissão de Trabalho e Legislação Social (1985) e Comissão de Educação e Cultura (1985).
Aparentemente, 1986 seria o ano em que o ofício do historiador seria regulamentado, pois o projeto foi aprovado, em primeiro turno, no plenário da Câmara. Seguindo os tramites normais da casa, o projeto voltou à Comissão de Educação e Cultura para ser votado, novamente, no plenário. Tudo indicava que a profissão seria aprovada na votação agendada para o dia 25 de setembro de 1986, porém, houve falta de quórum, que, a seu turno, fez com que o projeto ficasse sem a votação final, resultando no seu arquivamento em 1989.
Dois anos depois, novo projeto foi apresentado à Câmara, tendo, dessa vez, como autor, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PRN/SP), que foi responsável por uma gama de projetos de regulamentação de diversas profissões. Em 1993, o relator Edmar Moreira (PRN/MG) deu parecer contrário e os demais parlamentares votaram contra a regulamentação, sendo esse mais um projeto arquivado.
No ano seguinte, Carlos Sant’Anna (PMDB/BA), após dialogar com a Federação do Movimento Estudantil em História (FEMEH), apresentou novo projeto de regulamentação. Como o mandato do deputado baiano encerrou-se em 1995, o projeto foi arquivado, mas, no mesmo ano, voltou a tramitar e teve como relator Agnelo Queiróz (PCdoB/DF), que apresentou parecer favorável. Porém, Sandro Mabel (PMDB/GO) pediu vistas ao processo, devolvendo-o com parecer contrário. Também em 1995, Arnaldo Faria de Sá (PPR/SP), autor do projeto de 1991, apresentou o PL 351/1995, que tinha o mesmo objetivo. No entanto, em 1996, Sandro Mabel pediu vistas ao projeto de Sá. Novamente, Mabel foi contrário à regulamentação. Em 1998, sabia-se que a profissão de historiador não seria regulamentada.
Mesmo diante de uma série de negativas, os projetos pela regulamentação não cessaram. Em 1999, tanto Wilson Santos (PMDB/MT), quanto Laura Carneiro (PFL/RJ), apresentaram projetos. No ano seguinte, Ricardo Berzoini (PT/SP) também apresentou PL à Câmara. Os dois últimos foram apensados ao projeto de Santos, arquivado em 2002. Dois anos depois, Santos apresentou novo projeto favorável à regulamentação, mas, como todos sabemos, o ofício do historiador não foi regulamentado nesse momento.
Em 2006, Jovair Arantes (PTB/GO) apresentou aos deputados o PL 7321/2006, que foi apensado ao projeto de Santos, que, conforme exposto, não vigou. Assim, Arantes conseguiu que o seu projeto fosse desarquivado e separado do de Santos. Para se ter uma ideia das idas e vindas relacionadas à regulamentação do ofício de historiador, depois de 2006, o projeto de Arantes foi arquivado quatro vezes (a última em 2019).
O projeto vitorioso e promulgado nessa semana também teve um longo processo de gestação e parto: em 27 de agosto de 2009, há praticamente 11 anos, o senador Paulo Paim (PT/RS) apresentou proposta com o objetivo de regulamentar a profissão. Em setembro de 2009, Cristóvam Buarque (PDT/DF) tornou-se o relator do projeto, tendo dado o seu parecer favorável. Em 2010, o projeto foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, tendo iniciado uma longa jornada, que culminou na vitória publicada hoje, dia 18 de agosto, no DOU.


Para rever os passos do projeto vitorioso, acesse a seção Notícias da Revista Tema Livre.

 

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Plenário do Senado aprova a regulamentação da profissão de Historiador. Só falta a sanção presidencial.

Brasília, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020.

O projeto que regulamenta a profissão de historiador foi aprovado pelo Senado na última terça. O texto garante, entre outros pontos, o exercício da profissão a quem trabalha no setor há pelo menos cinco anos e a quem possui diploma de mestrado ou doutorado com linha de pesquisa na área. O texto aprovado foi um substitutivo (SCD 3/2015) da Câmara dos Deputados ao PLS 368/2009, do senador Paulo Paim (PT-RS). O projeto segue para a sanção presidencial.

Fonte: Agência Senado

 

Desde 2010 estamos publicando o passo a passo da regulamentação da profissão. Relembre a trajetória desse processo. Acesse a nossa seção notícias.

 

 

Ciências Atuariais está entre as três carreiras que pagam melhor aos seus estagiários.

Niterói, 22 de maio de 2018.


Da redação
Pesquisa divulgada pelo NUBE (Núcleo Brasileiro de Estágios) na última segunda-feira, 21 de maio, aponta as áreas que melhor remuneram seus estagiários. Diante de uma média nacional de R$ 1.002,79, a área de Agronomia paga R$ 2.076,24, liderando o ranking. Em seguida, vem Ciências Atuariais, com R$ 1.645,00. Na terceira posição, as oportunidades de estágio em Economia são as melhores, pagando aos futuros economistas R$ 1.601,16. Dentre as três áreas que melhor remuneram, duas são do campo das Ciências Sociais Aplicadas: Atuária e Economia.
Em comunicado, o presidente do NUBE, Carlos Henrique Mencaci, associa a boa remuneração dos futuros agrônomos à alta participação do agronegócio no PIB brasileiro, bem como a migração de pessoas do campo para a cidade, faltando, assim, mão-de-obra em áreas rurais.
Desde seu início, em 2008, Economia, Química e Engenharia nunca deixaram o ranking dos mais bem pagos no nível superior. No comunicado, o presidente do NUBE analisa que “são campos muito amplos de atuação e já bem estruturados na sociedade, podendo-se atuar desde a indústria, até a educação. Ainda assim, faltam profissionais bem qualificados, fator decisivo para as empresas manterem uma bolsa-auxílio alta, com o intuito de trazer os melhores para suas equipes”.
O vasto campo que o atuário tem para exercer o seu ofício é, provavelmente, um dos fatores que levam seus estagiários a alcançarem a segunda colocação no ranking. Também há de se frisar o bom desempenho ao fato da boa remuneração que o atuário tem no mercado de trabalho, refletindo, assim, nos estágios da área. 

Sobre a pesquisa
O levantamento realizado pelo NUBE acontece desde 2008. O divulgado na última segunda, ocorreu entre 10 de outubro e 15 de dezembro de 2017, entrevistando 25.434 estagiários de todo o país.

O ranking
Os 10 cursos superiores com média salarial mais alta para estagiários:  
Agronomia: R$ 2.076,24  
Ciências Atuariais: R$ 1.645  
Economia: R$ 1.601,16 
Ciência e Tecnologia: R$ 1.457,81 
Química: R$ 1.371,46 
Engenharia: R$ 1.355,93 
Relações Internacionais – R$ 1.340,64
Marketing – R$ 1.258,63
Farmácia e Bioquímica – R$ 1.257,85
Sistemas de Informação – R$ 1.229,39

 

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Temas Atuariais

 

Regulamentação da profissão de historiador vai à votação em Plenário

Da Redação: 09/02/2018, 17h44 – ATUALIZADO EM 15/02/2018, 07h34


Proposta que regulamenta a profissão de historiador e estabelece os requisitos para seu exercício está pronta para votação no Plenário. O texto é um substitutivo da Câmara dos Deputados (SCD 3/2015) ao projeto (PLS 368/2009), do senador Paulo Paim (PT-RS). Pelo texto, poderá exercer a atividade de historiador quem tem: diploma de curso superior em História, nacional ou estrangeiro com revalidação; diploma de mestrado ou doutorado em História; diploma de mestrado ou doutorado obtido em programa de pós-graduação reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com linha de pesquisa dedicada à História; e os profissionais diplomados em outras áreas que tenham exercido, comprovadamente, há mais de cinco anos, a profissão de historiador, a contar da data da promulgação da lei.

Atribuições
Entre as atribuições dos historiadores, o texto prevê o magistério da disciplina de História nas escolas de ensino fundamental e médio, desde que cumprida a exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996) quanto à obrigatoriedade da licenciatura.

O profissional poderá ainda planejar, organizar, implantar e dirigir serviços de pesquisa histórica; assessorar, organizar, implantar e dirigir serviços de documentação e informação histórica; e elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos.

Alterações
A proposta apresenta alterações promovidas pelos deputados. Segundo uma das mudanças, o exercício da profissão de historiador deixará de ser privativo dos historiadores para se tornar apenas “assegurado” a esses profissionais, eliminando a possibilidade de reserva de mercado. O texto aprovado também garantiu o exercício da profissão a quem trabalha no setor há pelo menos cinco anos e a quem detenha diploma de mestrado ou doutorado com linha de pesquisa dedicada à história

Outras alterações feitas na Câmara foram a retirada da menção ao magistério superior como atribuição de historiadores; a exigência do diploma para o exercício de cargos e funções de historiador, substituindo-a pelo registro profissional; e a retirada da referência de obrigatoriedade de registro pela Superintendência Regional do Trabalho, deixando-a a cargo da “autoridade trabalhista competente”.

Registro
O projeto exige, para o provimento e exercício de cargos, funções ou empregos de historiador, a comprovação obrigatória de registro profissional junto à autoridade trabalhista competente. Já as entidades que prestam serviços em História deverão manter historiadores legalmente habilitados em seu quadro de pessoal ou em regime de contrato para prestação de serviços.

Extraído de: Agência Senado.

UFF se destaca em avaliação da Capes com nove cursos de Pós-Graduação de nível internacional

Niterói, 22 de outubro de 2017.
Criada em 11 de julho de 1951, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Nacional de Nível Superior (Capes) tem como objetivo expandir e consolidar os programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todo o Brasil. A avaliação, realizada pela agência a cada quatro anos, é uma ferramenta para que a comunidade universitária mantenha um padrão de excelência acadêmica para os programas de pós-graduação e seu resultado serve como base para a formulação de políticas para a pós-graduação e para as ações de incentivo a bolsas de estudo, auxílios e apoio acadêmico.
Na escala de avaliação utilizada pela Capes, os cursos que recebem seis e sete – que contam com mestrado e doutorado – são considerados no mesmo nível de seus pares internacionais. Este ano, oito programas de pós-graduação da UFF receberam nota seis – Economia, Física, Geoquímica, Geografia, Computação, Comunicação, Estudos de Literatura e Química -, e o curso de História recebeu, mais uma vez, o conceito máximo, sete. Isso significa que a UFF conseguiu um desempenho superior à avaliação anterior, mesmo com o atual cenário brasileiro de austeridade, com cortes profundos no orçamento destinado à pesquisa e à pós-graduação.
Para o coordenador do Programa de Pós-graduação em Física (PPG-Física), Marcelo Sarandy, a pesquisa no país tem evoluído em seus aspectos quantitativos e qualitativos. Nesse contexto, é bastante relevante para os programas o destaque no cenário nacional, o que favorece a obtenção de recursos e o desenvolvimento contínuo da pesquisa na universidade. “Para o PPGF, esse conceito seis demonstra mais uma vez, a qualidade do nosso trabalho. Temos alto índice de produtividade em pesquisa, tanto de docentes quanto de discentes, espectro amplo de linhas de atuação e boa infraestrutura para as atividades acadêmicas”, afirma.
O diferencial do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGEO), segundo o seu coordenador, Marcio Piñon, é a produção intelectual qualificada, além de sua inserção internacional, em especial em países da América Latina e Europa, mas também da África, Sudeste Asiático e Austrália. Diversos docentes já participaram como professores visitantes em instituições estrangeiras e têm atuação em movimentos sociais em nível internacional. Além disso, já receberam estudantes de diversos países, especialmente latino-americanos. “Para o quadriênio em curso, esperamos adequar as nossas metas, otimizar os nossos esforços coletivamente e traçar estratégias, com o apoio da Proppi, para melhorar ainda mais os nossos resultados. Para isso, é fundamental que a Capes continue destinando recursos e bolsas em um nível satisfatório, capaz de atender à enorme demanda”, explica.
Segundo o coordenador do Programa de Pós-graduação em Estudo de Literatura (PPGEL), José Luis Jobim, a avaliação colocou o curso no patamar dos 13% melhores do país. No Estado do Rio de Janeiro, há apenas dois cursos com nota seis e nenhum com nota sete nas áreas de Linguística e Literatura. Para a ex-aluna do mestrado, Clarissa Marinho, o corpo docente é qualificado, engajado em atividades de extensão, colóquios, eventos e etc., e o programa é bastante organizado e articulado entre as linhas de pesquisa e projetos. “Concluí o mestrado em junho de 2016 e durante o período do curso executei minha pesquisa com uma orientação de excelência”, assegura.
Para a ex-coordenadora do Programa de Pós-graduação em História (PPGH), Ana Mauad, a nota sete na avaliação da Capes reafirma a excelência do PPGH como um coletivo de docentes, discentes e funcionários, e confirma a autonomia do programa na gestão dos recursos financeiros concedidos pela Capes. “A renovação da nota sete pela terceira vez sucessiva, nos projeta no cenário nacional e internacional com a certificação de excelência acadêmica. Atualmente, isso implica na confirmação das redes de pesquisa dentro e fora do país que, nos últimos anos, foram fomentadas, bem como na garantia aos nossos alunos e alunas do acesso a uma formação diferenciada na área de história”, conclui.
A ex-aluna do mestrado em história, Nathália Nicolau, afirma que o diferencial do PPGH é a sua ampla produção em diversos eixos da história, por trazer alunos de diversos lugares do país com temas de pesquisas variados, o que torna o intercâmbio de conhecimento mais rico. “Minha experiência com o programa foi impecável. Os professores foram solícitos em me ajudar, sanar dúvidas, dando suporte para minha pesquisa tomar forma. Consegui terminar no tempo planejado e tive ajuda financeira da Capes”, finaliza.
Texto adaptado de: http://www.uff.br/?q=noticias%2F10-10-2017%2Fuff-se-destaca-em-avaliacao-da-capes-com-nove-cursos-de-nivel-internacional

Uma semana de extensão

Niterói, 05 de setembro de 2016.

Conforme estabelecido na constituição de 1988 é papel da Universidade pública oferecer ensino, pesquisa e extensão. Além das atividades de sala de aula e de pesquisa, a Universidade Federal Fluminense (UFF) oferece, também, à comunidade acadêmica e à sociedade em geral projetos de extensão. Sendo assim, durante a semana de 29 de agosto a 02 de setembro de 2016, a coordenação do curso de Atuária da UFF, em parceira com os projetos de extensão “Ciências Atuariais: Ciclo de Eventos” (coordenadora: Maria de Lourdes dos Santos Antunes), “Conhecendo o curso de Atuária da UFF” (Carlos Campello) e “Saber em movimento” (Fábio Ferreira), organizou a semana de integração dos calouros.

Na segunda-feira, 28 de agosto, houve a recepção aos novos estudantes do curso de Atuária da UFF, o lançamento da nova logomarca e do vídeo do curso (desenvolvida em parceira com a equipe Desafio na Mídia, vinculada à PROEX-UFF) e o estabelecimento do prêmio Rio Nogueira, que contou com a presença da sra. Julieta Daiub, viúva do atuário que dá nome à premiação. A coordenação de Ciências Atuariais anunciou que os três alunos formandos com o maior coeficiente de rendimento nos dois períodos anteriores à entrega da premiação serão os contemplados. Como exemplo, no início do período letivo de 2017, os três maiores CRs dos formandos de 2016/1 e 2016/2 serão premiados.

 

Uma terça-feira de cinema e previdência

Na terça-feira, às 15h, teve início o primeiro cine-debate do “Saber em Movimento”, que contou com graduandos da Atuária, bem como de outros cursos da UFF. O filme exibido foi o documentário “SICKO: S.O.S. Saúde”, do diretor estadunidense Michael Moore. Como debatedores, o evento contou com os Profs. Drs. Carlos Campello, Edgard Coelho, Fábio Ferreira e Maria de Lourdes Antunes. A partir dos casos tratados pelo norte-americano, debateu-se, também, a realidade da saúde pública e dos planos de saúde do Brasil.

Mais tarde, às 19h, novo evento. “A previdência social e sua importância na vida do trabalhador brasileiro: benefícios previdenciários e as regras atuais” foi a palestra proferida pelo economista Marcus Vinícius Torres Vasconcelos (analista do Seguro Social e Chefe do Serviço de Benefícios da Gerência Executiva do INSS de Niterói). Dentre as várias questões abordadas, o palestrante tratou da história da previdência à explicação do fator previdenciário, passando pelo questionamento ao lugar comum em relação ao déficit da previdência, mostrando, por exemplo, que a rural é deficitária, ao passo que, em geral, a urbana, não apresenta déficit. Além disto, falou-se da importância da população aderir ao INSS, independente da facha etária, para ter-se direito aos benefícios que este oferece, alertou, ainda, ao público sobre a importância de verificar se a empresa em que se trabalha está a recolher o INSS e a possibilidade de brasileiros que atuaram no exterior se aposentarem no Brasil.

 

Quarta e quinta: PROEX e o terceiro Setor

A palestra do terceiro dia do evento foi “A importância da extensão no desenvolvimento do discente” proferida pelo Prof. Dr. André Augusto Pereira Brandão (UFF), que explicou sobre a função constitucional da universidade, perpassando pela história do ensino superior no Brasil para, em seguida, apresentar a Pró-Reitora de Extensão ao público presente.

“Controle e transparência na gestão de entidades do terceiro setor” foi a palestra proferida na quinta-feira pelo contador Luiz Francisco Peyon, conselheiro do CRC e autor do livro “Gestão Contábil para o Terceiro Setor”. A palestra abordou questões relativas ao terceiro setor como ambiente sociopolítico, áreas de atuação, formas de captação e geração de recursos financeiros e aspectos legais. O palestrante tratou também da importância do papel dos profissionais de contabilidade e atuária junto a esse segmento, com atuação em ações estratégicas, gestão e prestação de contas.

Sobre a relação entre o terceiro setor e o mercado de trabalho, Marcelo Machado (contador e discente do curso de Atuária da UFF) observa que “nos dias atuais, profissionais, gestores e tomadores de decisões são cada vez mais multidisciplinares. Sendo assim, torna-se imprescindível, também, a busca pelo conhecimento de áreas afins como Ciências Contábeis, Ciências Atuariais e Administração, que possuem características similares, porém com especificidades que, certamente, fornecerão a estes novos profissionais melhores condições para atuar em quaisquer dos setores da nossa economia”.

 

Sexta: microcrédito, microsseguro e ação social

A palestra da noite de encerramento, dentre os seus diversos aspectos, contou com o ineditismo de ser a primeira videoconferência realizada no curso de Ciências Atuariais, estabelecendo uma conexão Brasil x França: “O microcrédito como instrumento de ação social” foi a palestra proferida pela economista Yessica Abularach (mestre pela Université Toulousse II Jean Jaurès/Encarregada do projeto de desenvolvimento socioeconômico dos imigrantes da Association pour le Droit à l'Initiative Economique, ADIE).

De Toulousse para Niterói, Yessica Abularach apresentou aos alunos da UFF a ADIE, sua trajetória, o seu papel junto às populações menos favorecidas, seja na França, seja fora deste país, como, por exemplo, na Grécia, no Kosovo e na Tunísia. Além disto, fez um breve histórico sobre o microcrédito e o microsseguro, conceituou-os, abordou a diferença de aplicação destes nos países dos hemisférios sul e norte e analisou a necessidade das organizações entenderem o seu público-alvo para o sucesso de seus produtos, sempre dialogando os mencionados aspectos com o contexto da sociedade francesa.

Sobre a palestra, o aluno Felipe Marques, ingressante em 2016/2, observa que “o seguro foi, em muitos casos, uma ferramenta social utilizada para reestabelecer famílias que foram desestabilizadas financeiramente por perturbações alheias às suas vontades. Muitos são imigrantes que estão tentando recomeçar suas vidas na França. Então, a associação pega o dinheiro com o governo e repassa-o justamente às pessoas que não tem como obtê-lo”. Em seguida, o discente agrega que “nota-se que para dar certo foi necessário confiar e estar disposto a enfrentar os riscos dessa operação, pois oferecer crédito para pessoas em situação de vulnerabilidade social não dá garantias de pagamento. Superando expectativas, as pessoas que participaram do projeto envolveram-se de tal forma que a inadimplência foi baixa!”.

A palestra encerrou o evento que congregou a coordenação de Ciências Atuariais, o corpo discente e docente da UFF e os projetos de Extensão.

Plenário aprova proposta que regulamenta profissão de historiador

A Revista Tema Livre informa:


Niterói, terça-feira, 03 de março de 2015. 

"Plenário aprova proposta que regulamenta profissão de historiador
Os deputados aprovaram o substitutivo da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público para o Projeto de Lei 4699/12, do Senado, que regulamenta a profissão de historiador e estabelece os requisitos para seu exercício. Devido às mudanças, a matéria retorna ao Senado."
Extraído de: Agência Câmara Notícias.

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/482614-PLENARIO-APROVA-PROPOSTA-QUE-REGULAMENTA-PROFISSAO-DE-HISTORIADOR.html 

Assim, neste dia, 03 de março d 2015, foi dado importante passo para a regulamentação da profissão de historiador. Ainda falta a aprovação do Senado e a sanção presidencial. 

Projeto referente à regulamentação da profissão de historiador entra na pauta de votação da Câmara

Niterói, segunda-feira, 02 de março de 2015. 

Via ANPUH: 

"PREZADOS(AS) ASSOCIADOS(AS) E AMIGOS(AS) DA ANPUH

O PROJETO DE LEI PARA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE HISTORIADOR – O PL 4699/2012 – FOI INCLUÍDO NA PAUTA DE VOTAÇÕES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS PARA A PRÓXIMA SEMANA. AS SESSÕES DEVEM OCORRER NOS DIAS 3, 4 E 5 DE MARÇO. É UM GRANDE PASSO NA DIREÇÃO DA CONQUISTA DO NOSSO OBJETIVO E RESULTADO DOS NOSSOS ESFORÇOS DE NEGOCIAÇÃO E MOBILIZAÇÃO. NO ANO PASSADO CONSEGUIMOS A APROVAÇÃO DO PROJETO EM DUAS COMISSÕES DA CÂMARA, AGORA, FALTA O PLENÁRIO. NO ENTANTO, NÃO CANTAMOS VITÓRIA ANTES DA HORA. É PRECISO GARANTIR QUE O PROJETO SEJA EFETIVAMENTE VOTADO, E QUE O RESULTADO FINAL SEJA A APROVAÇÃO. É HORA DE NOS MOBILIZARMOS PARA MOSTRAR AOS DEPUTADOS A IMPORTÂNCIA DO PL PARA OS HISTORIADORES. SOLICITAMOS ASSIM, MAIS UMA VEZ, A SUA PARTICIPAÇÃO E O SEU EMPENHO. ENVIEM MENSAGENS PARA OS DEPUTADOS MANIFESTANDO APOIO À APROVAÇÃO DO PL4699/2012 – REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE HISTORIADOR."

LISTA COM OS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS DOS DEPUTADOS NO SÍTIO DA ANPUH: http://site.anpuh.org/index.php/component/k2/item/2665-urgente-o-pl-4699-entrou-na-pauta-de-votacoes-da-camara 

 

 

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Historiador José Murilo de Carvalho recebe título de Doutor Honoris Causa na Universidade de Coimbra.

Niterói, quarta-feira, 28 de janeiro de 2015.

Da Redação 


O historiador José Murilo de Carvalho na cerimônia em salão da Universidade de Coimbra.

 <center>Os historiadores José Murilo de Carvalho (UFRJ/ABL) e Fernando Catroga (UC) no início da cerimônia que conferiu ao brasileiro o título de Doutor Honoris Causa.</center>

 

O historiador José Murilo de Carvalho recebeu, hoje, 28 de janeiro de 2015, o título de doutor honoris causa em Letras na Universidade de Coimbra (UC). A cerimónia ocorreu na Sala dos Capelos, a partir das 10:00h (horário local). O novo doutor teve como apresentante o Prof. Dr. Carlos Reis (UC) e os elogios feitos pelos Prof. Dr. Fernando Catroga (UC/elogio do doutorando) e Prof. Dr. José Augusto Bernardes (UC/elogio do apresentante). Destaca-se que o evento marca a abertura da comemoração dos 725 anos da UC e, ainda, que amanhã, 29 de janeiro, José Murilo de Carvalho vai realizar na instituição lusa a conferência "a Universidade de Coimbra e a História do Brasil".

Intelectuais da UC a participarem da cerimônia.

Intelectuais da UC a participarem da cerimônia.

 

Um dos poucos intelectuais brasileiros que concilia cadeiras na Academia Brasileira de Letras e na Academia Brasileira de Ciências, José Murilo de Carvalho é, segundo o reitor da UC, provavelmente, o maior historiador brasileiro vivo, uma das razões para o pesquisador brasileiro ser laureado pela universidade portuguesa. Outro motivo é o vínculo da obra intitulada "A construção da ordem – teatro da sombra" com a UC. Neste trabalho, José Murilo de Carvalho apontou que os responsáveis pela independência do Brasil, bem como aqueles que seguiram na administração imperial, eram, na sua maioria, formados na UC, permitindo que os segmentos dominantes do Brasil tivessem um projeto semelhante para a nação que estava a formar-se. Evitava-se, então, que o Brasil se fragmentasse, como ocorria, concomitantemente, com os domínios de Madrid nas Américas.

José Murilo de Carvalho na "Sala dos Capelos", que concentrou boa parte do evento.

José Murilo de Carvalho na "Sala dos Capelos", que concentrou boa parte do evento.

 

José Murilo de Carvalho
Conhecido publicamente nos meios intelectuais brasileiros e estrangeiros, José Murilo de Carvalho foi, desde 1997, professor do Instituto de História (IH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sendo hoje professor emérito da referida autarquia. O historiador obteve seu mestrado e seu doutorado, respectivamente, em 1968 e 1975, em Standford, EUA. Também nesta instituição norte-americana, José Murilo de Carvalho realizou o seu primeiro pós-doutorado (1976-77). O segundo foi na Universidade de Londres (1977). Além disto, como professor visitante, o pesquisador passou por diversas universidades, como as de Leiden (Holanda), Oxford (Inglaterra), Irvine (California, EUA) e pela Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales (França).

José Murilo de Carvalho e José Pedro Paiva, diretor da Faculdade de Letras da UC.

José Murilo de Carvalho e José Pedro Paiva, diretor da Faculdade de Letras da UC.

 

Dentre os livros que escreveu individualmente, somados aos que organizou e participou com capítulos, vários deles tiveram edições no exterior ou reedições no Brasi, a totalizar, assim, esta soma, mais de 100 livros editados. Pode-se encontrar, portanto, ao menos parte da obra de José Murilo de Carvalho em outros idiomas que não sejam o português, como, por exemplo, o inglês, o francês e o espanhol.

Ao centro, José Murilo. À direita do historiador, o Prof. Dr. José Augusto Bernardes (reitor da UC) e, à esquerda, José Pedro Paiva (diretor da Faculdade de Letras)

Ao centro, José Murilo. À direita do historiador, o Prof. Dr. José Augusto Bernardes (reitor da UC) e, à esquerda, José Pedro Paiva (diretor da Faculdade de Letras)

 

Sobre os vários prêmios e títulos recebidos, o historiador ganhou, duas vezes, o Jabuti (1991 e 2008), principal prêmio literário do Brasil e, uma vez, o Casa de las Américas, em Cuba (2004), em virtude do livro "Cidadania no Brasil: o longo caminho". Recebeu, ainda, o título de pesquisador emérito do CNPq (2008) e foi classificado pelos jornais "O Globo" (2006) e "Jornal do Brasil" (1989), respectivamente, como um dos "100 brasileiros geniais" e "Homem de Idéias". Ao seu vasto currículo, José Murilo de Carvalho agrega duas comendas: medalha de Oficial e Comendador da Ordem de Rio Branco, do Itamarati (1989), e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, dado pela presidência da República (1998).

 


Acervo Tema Livre 

Para reler entrevista do Prof. Dr. José Murilo de Carvalho concedida à Revista Tema Livre, clique aqui.
  

Para rever a posse do historiador José Murilo de Carvalho na ABL, clique na foto abaixo.

 

posse1567c

 

 

 

 

 

 

 

 

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EDUFF tem novo diretor, o historiador Aníbal Bragança


Niterói, quinta-feira, 08 de janeiro de 2015.

Professor e pesquisador da UFF por praticamente 30 anos, o historiador portugués está à frente da editora universitária.

Professor e pesquisador da UFF por praticamente 30 anos, o historiador portugués está à frente da editora universitária.

Bacharel em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), Aníbal Bragança foi nomeado, no último dia 7, pelo reitor Sidney Mello, novo diretor da Eduff.
Professor Associado da UFF até o julho de 2014, quando aposentou-se, Aníbal Bragança exerceu a docência e a pesquisa na instituição fluminense durante 29 anos, desenvolvendo investigações no campo do livro e da leitura. O historiador é autor de obras como "Livraria Ideal, do cordel à bibliofilia" (EdUSP, 2009) e co-organizador, dentre outros, do livro "Impresso no Brasil, dois séculos de livros brasileiros" (Edunesp, 2010), que recebeu o Prêmio Jabuti de melhor livro do ano na área de Comunicação.
A aproveitar o ensejo, convidamos os amigos a relerem a entrevista concedida pelo Prof. Dr. Aníbal Bragança à Revista Tema Livre:
www.revistatemalivre.com/anibal12.html

 

 

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Morre o historiador Nicolau Sevcenko

Niterói, 13 de agosto de 2014. 

Descendente de ucranianos que chegaram ao Brasil fugidos da Revolução Russa, Nicolau Sevcenko nasceu,em 1952, em São Vicente, no Estado de São Paulo. Ao longo de sua trajetória, o historiador passou instituições nacionais e internacionais, como Havard, nos EUA, e o King's College da Universidade de Londres, no Reino unido, por exemplo.

Ao longo de sua trajetória acadêmica, o pesquisador introduziu no Brasil estudos concernentes à História Cultural e dedicou pesquisas a grandes metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo.

No final da noite de hoje foi confirmado o falecimento do Prof. Dr. Nicolau Sevcenko, em São Paulo, aos 61 anos. Provavelmente, o pesquisador foi vítima de um infarto. Casado, o historiador não deixa filhos. 

Veja o historiador em programa da TV Cultura: www.youtube.com/watch?v=CxFaHUusv5g

 

Mais sobre Sevcenko 

Livre-docência (1992)

Universidade de São Paulo, USP, Brasil. 

Título: orfeu extático na Metrópole: São Paulo nos frementes anos 20. 

 

Pós-Doutorado (1986 – 1990)

University of London. 

 

Professor/pesquisador da USP desde 1985. 

 

Doutorado em História Social: USP (1976 – 1981)  

Título da tese: Literatura como Missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República 

 

Graduação em História: USP (1972 – 1975) 

 

Principais obras: 

 

A Revolta da Vacina: mentes insanas em corpos rebeldes. São Paulo: CosacNaify, 2010.

Literatura como Missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. 

A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 

Pindorama revisitada: cultura e sociedade em tempos de virada. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis, 2000. 

História da Vida Privada no Brasil: da Belle èpoque à era do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 

Arte Moderna: os desencontros de dois continentes. São Paulo: Memorial da América Latina, 1995. 

Orfeu Extático na Metrópole: São Paulo nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

Primeira Pagina – Folha de Sao Paulo, 1925-1985.. São Paulo: Folha de São Paulo, 1985. 

 

 

 

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Prof. Dr. Manolo Garcia Florentino é nomeado presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB)

Niterói, 27 de fevereiro de 2013

Manolo Garcia Florentino, docente e pesquisador do Instituto de História (IH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS) desta instituição, teve publicada ontem, no "Diário Oficial da União", sua nomeação para a presidência da FCRB. Manolo assume o cargo em substituição a Helio Portocarrero, que o ocupava, interinamente, desde que o Prof. Dr. Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político, pediu sua exoneração, no dia 30 do mês passado. 

 

O Prof. Dr. Manolo Garcia Florentino, historiador da UFRJ.

O Prof. Dr. Manolo Garcia Florentino, historiador da UFRJ.

 

A partir de agora, Manolo dirige a Fundação, que é ligada ao Ministério da Cultura. A FCRB é polo de referência nacional no campo da preservação da memória e da produção do conhecimento, além de ser lócus de reflexão e debate da cultura brasileira. 

 

Parte da construção da Casa de Rui Barbosa, situada em Botafogo, no Rio.

 Prédio histórico: foto de parte da fachada da Casa de Rui Barbosa, situada em Botafogo, no Rio.

 

 

O novo presidente da FCRB é dono de um currículo notório. Dentre suas diversas realizações no campo da História, Manolo Florentino é autor de clássicos da historiografia brasileira, como, por exemplo, "Em Costas Negras: Uma História do Tráfico entre A África e o Rio de Janeiro, Séculos XVII e XIX" e "O Arcaismo Como Projeto", sendo que, neste último, Manolo divide a autoria com o Prof. Dr. João Fragoso, também do IH/UFRJ. Em 2009, Manolo recebeu da Presidência da República (Ministério da Ciência e Tecnologia) a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico. À função de pesquisador, Manolo também acumula experiência administrativa, pois foi, de 2006 a 2010, coordenador do PPGHIS. 

 

Fundação Casa de Rui Barbosa 
Rua São Clemente 134, Botafogo, Rio de Janeiro
Telefone 55.21.3289-4600 

 

 

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Historiadora vira nome de rua no Rio de Janeiro

Niterói, 14 de julho de 2011 

Eulália Maria Lahmeyer Lobo (Rio de Janeiro, 1924 - Rio de Janeiro, 31 de maio de 2011): primeira mulher a doutorar-se em História no país foi professora da UFF e da UFRJ.

Eulália Maria Lahmeyer Lobo (Rio de Janeiro, 1924 – Rio de Janeiro, 31 de maio de 2011): primeira mulher a doutorar-se em História no país foi professora da UFF e da UFRJ.

Da Redação 

Por decreto da prefeitura do Rio de Janeiro, sancionado no último dia 11, a historiadora Eulália Maria Lahmeyer Lobo tornou-se nome de rua na cidade maravilhosa. A homenagem à historiadora carioca, que faleceu no último dia 01 de junho no Rio, recaiu na antiga Rua 63 no bairro de Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste. 

Pioneirismo e perseguição política 

Eulália Lobo foi a primeira mulher a defender uma Tese de Doutorado em História do Brasil. Além disto, no período do regime militar, a historiadora foi aposentada compulsoriamente, sendo, assim, desligada do IFCS [à época, unidade da UFRJ referente aos cursos de História, Filosofia e Ciências Sociais] e até mesmo presa por um curto período. 

Com a Anistia, Eulália Lobo foi trabalhar na UFF, alcançando, posteriormente, nesta instituição e na UFRJ, a condição de professora emérita. 

 

 

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Profissão historiador: a caminho da regulamentação

Niterói, 02 de março de 2011

 

Da Redação

Após terem o seu dia estabelecido no ano passado – 19 de agosto -, conforme noticiado pela Revista Tema Livre, hoje, 2 de março, os historiadores obtiveram importante vitória: A CCJ (Comissão de Constituição Justiça e Cidadania) aprovou o projeto de regulamentação da profissão, de autoria do senador Paulo Paim, do PT gaúcho.

Entretanto, a aprovação de hoje não significa que a profissão já esteja regulamentada. Ainda falta passar por duas comissões, em que ocorrerão novas votações: a Comissão de Educação (CE) e, depois, a de Assuntos Sociais (CAS). Depois, o projeto irá para a Câmara.

É esperar para ver, inclusive se tal aprovação virá ou não a ocorrer neste ano. Quem sabe a boa notícia não virá durante as comemorações dos 50 anos da Associação de Historiadores. Provavelmente, melhor presente não haveria para a classe!

 

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Prof. Dr. José d’Encarnação (Universidade de Coimbra) é eleito acadêmico de mérito da Academia Portuguesa de História (APH)

Niterói, 28 de julho de 2010.

O Prof. Dr. José d’Encarnação, catedrático da Universidade de Coimbra desde 1991, foi eleito, por unanimidade, no último dia 16 de julho, como Acadêmico de Mérito da Academia Portuguesa de História, instituição sediada em Lisboa.

Deste modo, ao vasto currículo do historiador, arqueologista e epigrafista português, que inclui, dentre outras, a publicação de inúmeros trabalhos acadêmicos em Portugal e no exterior (mais de quatrocentos), a participação nas Reial Acadèmia de Bones Lletres (Barcelona) e Real Academia de la Historia (Madrid), além do título de doutor honoris causa pela Universidade de Poitiers (França), agrega-se, a partir de então, esta mais nova distinção, a de Acadêmico de Mérito da APH.

Para ler entrevista concedida pelo Prof. Dr. José d’Encarnação à Revista Tema Livre, clique aqui.

 

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Senado aprova a regulamentação da profissão de historiador

 

 

Niterói, 14 de março de 2010.

Na última quarta-feira foi aprovada pela CAS (Comissão de Assuntos Internos) do Senado a profissão de historiador. O projeto de lei PLS 368/09, do senador Paulo Paim (PT-RS) e que teve como relator o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), foi aprovado em decisão terminativa.

Esta aprovação não significa a proibição do exercício da atividade por aqueles que não possuem graduação ou mestrado ou doutorado em História, no entanto, garante, em concursos públicos, vagas aos indivíduos com formação na área. Vagas para o magistério estão incluídas nesta mudança, bem como estabelece-se a necessidade de participação do historiador na avaliação e seleção de documentos para preservação, na organização de informações para exposições, publicações e eventos, em serviços de pesquisa, e, ainda, a elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos.

Ao votar pela aprovação, Buarque destacou em seu discurso que, hoje, o campo de atuação do historiador não é mais restrito às salas de aulas, apontando, além de museus e centro culturais, a atuação do profissional em empresas do campo do turismo, da publicidade, do jornalismo, do cinema e da TV. Pela crescente importância deste ofício, o senador vê a regulamentação como meio legal de reconhecimento e valorização da profissão.

Apesar deste importante passo, isto não significa que a profissão de historiador esteja, ainda, regulamentada. O projeto continua a tramitar no Congresso Nacional. Resta, agora, acompanhar os próximos passos desta história.
Leia mais sobre a profissão do historiador na Revista Tema Livre:

– HISTORIADORES A UM PASSO DA REGULAMENTAÇÃO DE SUA PROFISSÃO (20 fev 2010)
– CONHEÇA, NA INTEGRA, O PROJETO QUE VISA REGULAMENTAR A PROFISSÃO DO HISTORIADOR
– HISTORIADOR É A 5ª MELHOR PROFISSÃO DOS EUA (01 fev 2010)
– É ESTABELECIDO O DIA NACIONAL DO HISTORIADOR (18 jan 2010)

 

 

 

 

 

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Historiadores a um passo da regulamentação de sua profissão

Niterói, sábado, 20 de fevereiro de 2010.

Está prestes a ser solucionada uma antiga reivindicação de muitos historiadores e da associação que os representa, a ANPUH: A regulamentação da profissão do historiador. O Projeto de Lei 368/2009, apresentado em agosto passado pelo Senador Paulo Paim (PT-RS), teve, no último dia 11, parecer favorável do relator do projeto, o Senador Cristóvam Buarque (PDT-DF). No entanto, a votação não ocorreu por falta de quórum e, conseqüentemente, houve o seu adiamento.

Neste momento, a condição para a aprovação do projeto é a questão relacionada ao quórum, pois uma vez sendo votada pela Comissão de Assuntos Sociais, presidida pela Senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), a matéria não terá que passar por nenhuma instância do Congresso Nacional. Deste modo, caso a supracitada Comissão dê o seu parecer favorável, tornará a profissão de historiador regulamentada. Agora, é só esperar o quórum!
Você é favorável à regulamentação da profissão do historiador Para votar, clique aqui.

Placar em 20 de fevereiro de 2010:
Sim – 83%
Não – 17%
Conheça, na integra, o projeto que visa regulamentar a profissão do historiador:

“SENADO FEDERAL
PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 368, DE 2009
Regula o exercício da profissão de Historiador e dá outras providências.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei regulamenta a profissão de Historiador, estabelece os requisitos para o exercício da atividade profissional e determina o registro em órgão competente.
Art. 2º É livre o exercício da atividade profissional de Historiador, desde que atendidas às qualificações e exigências estabelecidas nesta Lei.
Art. 3º O exercício da profissão de Historiador, em todo o território nacional, é privativa dos:
I – portadores de diploma de curso superior em História, expedido por instituições regulares de ensino;
II – portadores de diploma de curso superior em História, expedido por instituições estrangeiras e revalidado no Brasil, de acordo com a legislação;
III – portadores de diploma de mestrado, ou doutorado, em História, expedido por instituições regulares de ensino superior, ou por instituições estrangeiras e revalidado no Brasil, de acordo com a legislação.
Art. 4º São atribuições dos Historiadores:
I – magistério da disciplina de História nos estabelecimentos de ensino fundamental, médio e superior.
II – organização de informações para publicações, exposições e eventos em empresas, museus, editoras, produtoras de vídeo e de CD-ROM, ou emissoras de Televisão, sobre temas de História;
III – planejamento, organização, implantação e direção de serviços de pesquisa histórica;
IV – assessoramento, organização, implantação e direção de serviços de documentação e informação histórica;
V – assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos, para fins de preservação;
VI – elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos.
Art. 5º Para o provimento e exercício de cargos, funções ou empregos de Historiador, é obrigatória a apresentação de diploma nos termos do art. 3º desta Lei.
Art. 6º A entidades que prestam serviços em História manterão, em seu quadro de pessoal ou em regime de contrato para prestação de serviços, Historiadores legalmente habilitados.
Art. 7º O exercício da profissão de Historiador requer prévio registro na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do local onde o profissional irá atuar.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICAÇÃO
O campo de atuação do historiador não tem se restringido mais à sala de aula, tradicional reduto desse profissional. Sua presença é cada vez mais requisitada não só por entidades de apoio à cultura, para desenvolver atividades e cooperar, juntamente com profissionais de outras áreas, no resgate e na preservação do nosso patrimônio histórico, mas também por estabelecimentos industriais, comerciais, de serviço e de produção artística.
No âmbito industrial, o historiador vem trabalhando na área de consultoria sobre produtos que foram lançados no passado, para análise de sua trajetória e avaliação sobre a viabilidade de seu relançamento no mercado consumidor, ou ainda, para o estudo das causas de seu sucesso ou fracasso.
Pelas suas qualificações, o historiador é imprescindível para os estabelecimentos do setor de turismo, que contratam seus serviços para desenvolver roteiros turísticos para visitação de locais com apelo histórico e cultural.
Entidades públicas e privadas recorrem ao historiador para recolherem e organizarem informações para publicação, produção de vídeo e de CD-ROM, programas em emissoras de televisão, exposições, eventos sobre temas de história.
Não menos valiosa é a sua colaboração nas artes, onde o historiador faz pesquisa de época para os produtores de teatro, cinema e televisão, quer auxiliando na elaboração de roteiros, quer dando consultoria sobre os cenários e outros elementos da produção artística.
Num mundo onde a qualidade e a excelência de bens e serviços vêm se sofisticando cada vez mais, os historiadores devem ter sua profissão regulamentada, pois seu trabalho não mais comporta amadores ou aventureiros de primeira viagem.
Assim, julgamos ter chegado o momento de regulamentarmos o exercício da profissão de historiador que hoje congrega, em todo o país, milhares de profissionais que reivindicam, há muito, o reconhecimento e valorização de seu trabalho.
Por essas razões, esperamos contar com o apoio de nossos nobres pares para a aprovação deste projeto de lei.
Sala das Sessões,
Senador PAULO PAIM
(À Comissão de Assuntos Sociais.)
Publicado no DSF, 29/08/2009.
Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal – Brasília-DF
OS: 15781/2009”

Documentado extraído de: http://www.anpuh.org/

 

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Historiador é a 5ª melhor profissão dos EUA

Niterói, segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010.

De acordo com pesquisa realizada pelo sítio CareerCast.com e publicada no The Wall Street Journal (http://online.wsj.com/public/resources/documents/st_BESTJOBS2010_20100105.html) no último dia 05, o exercício profissional do historiador foi definido como a 5ª melhor profissão nos EUA no ano de 2009. A metodologia da pesquisa teve como critérios renda, demandas físicas, estresse, ambiente do trabalho e empregabilidade. (Para maiores detalhes acerca da metodologia, acessar: http://www.careercast.com/jobs/content/jobs-rated-methodology-2010)

Na lista, na frente dos historiadores estão, em primeiro lugar, os atuários, em segundo, os engenheiros de software, em terceiro, analista de sistema de computadores e, por fim, em quarto lugar, os biólogos.

A pesquisa ainda aponta que o salário inicial de um historiador está em 34.000 dólares anuais, cifras aproximadas a de outros profissionais, como filósofos (33.000), antropólogos (32.000), arqueólogos (também com 32.000), nutricionistas (31.000) e contadores (37.000). O valor mais alto que um historiador pode receber anualmente está em 111.000 doláres, próximo, portanto, de estatístico (117.000), químico (113.000), contador (102.000), e engenheiros civil (116.000), mecânico (115.000) e industrial (107.000).

Para acessar a lista completa das duzentas profissões analisadas, acesse: http://online.wsj.com/public/resources/documents/st_BESTJOBS2010_20100105.html

 

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É criado o DIA NACIONAL DO HISTORIADOR

Niterói, segunda-feira, 18 de janeiro de 2010.

A partir deste ano, os historiadores passarão a ter o seu próprio dia: A homenagem recaiu sobre 19 de agosto, data que remete ao natalício do intelectual pernambucano Joaquim Nabuco (nascido no ano de 1849), que exerceu uma série de atividades, como, por exemplo, a de diplomata, político e historiador. Além disto, Nabuco foi grande opositor à escravidão e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL). A seguir, a publicação da lei no Diário Oficial da União (http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1564077/dou-secao-1-18-12-2009-pg-1):

“LEI N 12.130, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009
Institui o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.
O VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA , no exercicio do cargo de PRESIDENTE DA REPUBLICA
Faco saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 E instituido o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.
Art. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicacao.
Brasilia, 17 de dezembro de 2009; 188 da Independencia e 121 da Republica.
JOSE ALENCAR GOMES DA SILVA
Joao Luiz Silva Ferreira”

 

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Prof. Dr. José Murilo de Carvalho (UFRJ/ABL)

No dia 11 de março de 2004, realizou-se na Academia Brasileira de Letras (ABL) a eleição para a cadeira nº 5 ocupada, até novembro de 2003, pela escritora Rachel de Queiroz. Concorreram o historiador José Murilo de Carvalho, que venceu o pleito com 19 votos, o publicitário e empresário Mauro Salles, que obteve 14, e o jurista Paulo Bonavides, que recebeu 4, sendo a eleição decidida no primeiro escrutínio em menos de 20 minutos. 

José Murilo de Carvalho possui pós-doutorado em duas universidades: na de Stanford, nos Estados Unidos, e na de Londres. Membro da Academia Brasileira de Ciências, o historiador tem uma trajetória profissional em diversas instituições de pesquisa, no Brasil e no exterior, como, por exemplo, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na École des Hautes Études em Sciences Sociales, no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, e nas Universidades de Londres, Oxford, Stanford, Califórnia (Irvine) e Leiden (Holanda). Atualmente, leciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde é professor do Departamento de História. 

No que tange a sua obra, José Murilo de Carvalho conta com diversos livros publicados, entre eles “Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi”, “Cidadania no Brasil: o longo caminho”, “A construção da ordem: a elite política imperial”, “A formação das almas: o imaginário da República no Brasil” e “Teatro de sombras: a política imperial”. 

Em janeiro deste ano, o seu trabalho “Cidadania no Brasil” recebeu, em Cuba, o Prêmio Literário Casa das Américas, na categoria literatura brasileira, onde concorreram 82 obras. Entretanto, este não é o único livro de Carvalho a ser premiado. “A formação das almas”, por exemplo, obteve, em 1991, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. 

Ao longo da sua trajetória profissional, o acadêmico foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (Presidência da República), Medalha de Honra da Inconfidência e Medalha Santos Dumont (ambas do Governo de Minas Gerais), Medalha de Oficial e Comendador da Ordem de Rio Branco (Itamarati) e Medalha de Honra-UFMG (UFMG). 

A seguir, a entrevista exclusiva que o historiador concedeu à Revista Tema Livre, no dia 18 de março de 2004, na qual o pesquisador e membro da ABL, fala a respeito da sua eleição para a instituição criada por Machado de Assis, da sua trajetória profissional e dos projetos acadêmicos que está a desenvolver. 

 

O historiador José Murilo de Carvalho em sua posse na Academia Brasileira de Letras

Discurso de posse do historiador José Murilo de Carvalho na Academia Brasileira de Letras

 


Revista Tema Livre – O Sr. pode falar um pouco sobre a cadeira nº 5, da ABL, para a qual o Sr. foi eleito? 

José Murilo de Carvalho – A cadeira nº 5 teve como ocupantes pessoas notáveis, o que torna mais fácil o trabalho de lhes fazer o elogio no discurso de posse. Para início de conversa, o patrono é Bernardo Guimarães, autor de “Escrava Isaura”, um excelente tema para analisar. Outro notável ocupante da cadeira foi Oswaldo Cruz, cientista que aliou a temática social, a luta contra as epidemias no Rio de Janeiro, com a ciência. Ele era um cientista, um pesquisador, até certo ponto um homem da Universidade. Manguinhos não era exatamente uma Universidade, mas foi o primeiro grande instituto moderno de pesquisas do Brasil. Toda a minha carreira profissional foi feita dentro da Universidade, de uma instituição de pesquisa e ensino. Outro ocupante importante foi Cândido Mota Filho, que escreveu um livro interessante sobre Alberto Torres e criou o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), quando era Ministro da Educação. Finalmente, Rachel de Queiroz, primeira mulher na Academia, excelente escritora, e romancista com temática social vinculada à realidade nordestina, desde seu primeiro livro “O Quinze”. São todas pessoas que honraram a Academia e se salientaram na vida científico-cultural do país. É gratificante ocupar uma cadeira com tais predecessores. 

RTL – Quando vai ser a sua posse na ABL e, também, comente sobre o intercambio que o Sr. pode realizar entre as duas academias, a Brasileira de Letras e a Universitária? 

Carvalho – A data da posse depende do eleito, do tempo que ele requer para preparar o discurso de posse. Em geral, os eleitos tomam posse dentro de três ou quatro meses. Pretendo ater-me a esse prazo e tomar posse em julho ou agosto. A segunda parte da pergunta tem a ver com o intercâmbio entre as duas academias. Como já disse, passei minha vida profissional dentro da Universidade e também pertenço a Academia Brasileira de Ciências. Não vou entrar para a ABL por causa da pompa e circunstância, coisas que não me atraem. O que me atrai é a possibilidade de trabalhar em um ambiente novo, com pessoas diferentes daquelas com as quais convivi até agora. Uma das idéias que tenho, não sei se terei condições de implementá-la, seria aproximar as duas academias, a Universidade e a ABL, somar suas contribuições e seus estilos de produzir conhecimento e cultura. Há algumas áreas que podem servir de contato. Penso, sobretudo, em uma melhor utilização pelos alunos da biblioteca da Academia, que está muito boa, muito modernizada. Penso na possibilidade de publicações conjuntas. Penso ainda na melhor utilização do acervo documental da Academia, que é muito rico, pelos alunos para efeito de feitura de monografias, dissertações e teses. Essa documentação é quase ignorada pela Universidade. O uso desse material para análises acadêmicas permitiria um diálogo interessante entre as duas instituições pela combinação de tipos de abordagens diferentes. 

RTL – O Sr. pode falar da sua trajetória profissional? 

Carvalho – Tenho formação meio anfíbia. Minha formação acadêmica se deu na área de Ciências Sociais, sobretudo da Ciência Política. Minha pesquisa se dá, sobretudo, área da história política e da história social das idéias. Essa mistura incomoda um pouco os defensores de fronteira disciplinares rígidas. A mim não incomoda, porque não vejo problema em combinar as duas coisas. A ciência social serve para melhor trabalhar o lado conceitual que vai servir para melhor costurar a narrativa histórica. A combinação, se bem usada, pode eventualmente gerar maneiras novas de abordar certos problemas, de interpretar evidências. É isso o que tenho feito. Trabalhei em instituições dos dois tipos, na UFMG e no Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (IUPERJ), em departamentos de Ciência Política, e na Casa de Rui Barbosa e no CPDOC, que são instituições de pesquisa histórica. Finalmente, vim parar aqui no departamento de história da UFRJ. 

RTL – Finalizando, o Sr. pode falar um pouco da pesquisa que o Sr. está a desenvolver agora? 

Carvalho – Além de um grande projeto coletivo do PRONEX, que abrange a UFRJ, a Fluminense, a UERJ e a UNIRIO, financiado pelo CNPq e pela FAPERJ, que consiste em tentativa de fazer uma grande revisão da historiografia sobre século XIX, o que me ocupa mais no momento é um projeto em colaboração com a professora Lúcia Bastos, da UERJ, e um aluno aqui do doutorado da UFRJ, Marcello Basíle e que conta com o apoio da Biblioteca Nacional. Trata-se do levantamento e publicação do que chamamos de panfletos da independência. Estamos em fase final de levantamento dos panfletos em bibliotecas e coleções do Brasil, Portugal e Estados Unidos. A idéia é publicar esses panfletos em “fac-simile”. Acredito que a publicação será de grande auxílio como instrumento de trabalho para muitos pesquisadores, que não vão precisar mais percorrer essas bibliotecas. Acredito também que a análise dos panfletos permitirá reinterpretar a independência no sentido de ressaltar que, se não houve muita guerra, muito tiro, houve, como disse o autor de um dos panfletos, uma guerra literária muito intensa. O fato indica grande participação não apenas de uma elite, mas de muitas outras pessoas no debate sobre a independência. A independência não foi complô de ninguém, nem da elite, nem da dinastia. Foi algo muito mais amplo em que se envolveram muitas pessoas. Foi um processo mais popular e nacional. 

 

 

 

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Prof. Dr. Walter Rela (Universidad Catolica del Uruguay)

O historiador uruguaio Walter Rela, no dia 04 de março de 2004, recebeu a Revista Tema Livre para uma entrevista em seu escritório, em Montevidéu, de onde é possível avistar o rio da Prata, rio este que, às suas margens, durante séculos, ocorreram disputas entre portugueses, espanhóis e brasileiros, um dos temas que o historiador discorre na entrevista concedida. Além disto, o historiador fala-nos a respeito da sua trajetória acadêmica, que inclui passagem pelo Brasil, na então Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro, e a sua experiência em instituições em países como os EUA e Espanha.

 

O historiador Walter Rela em seu escritório, em Montevidéu.

O historiador Walter Rela em seu escritório, em Montevidéu.

 


Revista Tema Livre – Primeiramente, conte-nos um pouco sobre a sua trajetória acadêmica.

Walter Rela – Em primeiro lugar, gostaria de expressar a minha gratidão por este convite, amo muito o Brasil, é a minha segunda pátria, inclusive, a minha avó era brasileira, fazendeira de San Pedrito, no Rio Grande do Sul, de modo que tenho sangue brasileiro, ademais, tenho netos que são brasileiros, então tenho motivos… 

Bem, a minha formação na primeira fase foi no Brasil. Em 1956, tive uma beca do Itamarati para investigação em história, aí a minha ligação com o poeta Manuel Bandeira, que foi um dos meus maiores amigos. Estudei na Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro, na velha Faculdade de Filosofia, da rua António Carlos e, depois, lecionei, no ano seguinte, na Federal do Rio de Janeiro. 

Depois, fui para a Argentina, me vinculei com a Universidad de Buenos Aires, com a Universidad Católica, lecionei aqui em Montevidéu e, em 1977, comecei a lecionar nos Estados Unidos. Recebi um convite da Washington University, St Louis Missouri, Michigan, e comecei a minha carreira nos Estados Unidos, como professor de letras. Daí, segui até 1992, quando me retirei da Georgetown University, uma das maiores e mais prestigiosas universidades americanas. Durante dez anos lecionei na Universidade de Michigan, lecionei na Universidade de New York, onde no ano passado me fizeram, no 61º congresso anual, uma homenagem à minha obra, que vai ser publicado agora na Revista que saí em 2004, e fui muito feliz. Foi uma etapa de muita felicidade para mim, lecionar e receber o apoio dos alunos, dos colegas, dos professores… Trabalhei muito, porque não há melhor coisa que ter paixão pelo que se faz. Uma vida dura, mas cheia de gratidão, tu vistes aí meus diplomas, meu reconhecimento, fundei academias, como a Academia Uruguaya de Historia Marítima y Fluvial, que é uma das mais importantes academias do Uruguai, que se dedica à história do rio da Prata… 

Bom, em 1988, o governo espanhol, estando eu lecionando em Washington D.C., me convidou para as homenagens do bicentenário do Rei Carlos III. Fui para uma semana e fiquei por muito tempo! Como se passa sempre! Gostei, gostaram das minhas aulas, e comecei a trabalhar em história e a pesquisar. A ir a Lisboa, ao Rio de Janeiro, e tudo isso… E sempre estive no tema do rio da Prata, ou seja, de 1988 até agora, só faço trabalho sobre o rio da Prata. Colônia do Sacramento, a presença portuguesa primeiro e a brasileira depois, Espanha… Preparei muitos trabalhos, publiquei muitas coisas, que tenho o grande prazer em dar-te como presente por tua visita e, bom, uma vida de muito trabalho e de muita satisfação. Sempre muita satisfação. Acho que a maior missão que um homem pode receber neste mundo é a virtude do trabalho, da honra, da dignidade, é uma prenda ao longo do tempo. Dignidade. Com dignidade sempre, uma linha de conduta irreprochável, que ninguém tenha que fazer objeções a tua obra, a tua pessoa, é ótimo. 

Aqui no Uruguai, eu fui um dos fundadores da Universidad Católica del Uruguay, comecei quando era um antigo instituto de filologia, história e letras, depois fui diretor ou decano da faculdade de filosofia e letras por dois anos e, depois, por razões de idade e por regulamentos que existe no Uruguai, tive que me retirar da carreira. Tu sabes, o mesmo ocorre no Brasil, enfim, nos Estados Unidos… 

Agora, tenho 82 anos, sinto um grande prazer em receber-te em minha casa, que é a tua casa e sempre estarei a sua disposição. 

RTL – O Sr. pode falar a respeito das diversas premiações que o Sr. recebeu ao longo da sua carreira?

Rela – Bem, são muitas. Cinqüenta anos dedicados a trabalhos de literatura e de história… Tenho prêmio dado pela Unesco, no ano de 1985, que é o maior prêmio para quem faz dramaturgia. A PUC, em 2001, me fez uma homenagem com motivo de 45 anos de dedicação ao trabalho com eles; a Universidad de Buenos Aires…; o 5º centenário, em Espanha, me premiam com uma obra sobre viajantes marinos e naturalistas no rio da Prata… Sou membro do Círculo de Cultura Pan-Americano, uma das mais importantes organizações hispanista dos Estados Unidos, com assento em Nova Iorque, com assento em Miami, me honro em ter este diploma como membro de honra… Fundador da Academia Uruguaya de Historia Marítima y Fluvial, bem, membro da Academia Carioca, da Academia do Rio Grande de Letras, Membro da Academia Argentina de Letras, e sigo lutando. Sigo lutando com muita paixão, com muito amor pelas coisas e com muito amor pela vida, que é o maior galardão, muito amor pela vida. Bem, esta é a minha vida, tenho 82 anos, estou feliz em conhecer-te, de ver o trabalho da Revista Tema Livre, que acho que é um grande empreendimento, e estou disposto a apoiar. 

RTL – Conte-nos um pouco mais sobre as diversas instituições que o Sr. faz parte, como, por exemplo, a Academia Uruguaya de Historia Marítima y Fluvial…

Rela – Então, a Academia Uruguaya de Historia Marítima y Fluvial, que foi fundada em 1995, ocorre como conseqüência a uma homenagem que se fez à expedição de Alessandro Males Pina, que esteve em Montevidéu e foi uma grande figura de Espanha. O evento coincidiu com a chegada do Rio da Prata da Nave Escola de Espanha, Sebastião Elcano. E o comandante chefe da armada espanhola nos deu uma conferencia incrível. Nós pensamos, confesso o meu erro, o meu profundo erro, que fosse algo protocolar, mas não… Ele era um sábio. Fez uma dissertação de uma hora e meia sobre todas as vinculações de Espanha e de Portugal desde quase o descobrimento da América por Colombo e de Cabral ao Brasil até o fim do século XVIII. Realmente, como espero que se passe na tua vida, acho que foi uma espécie de toque. Disse, este homem, com esta sabedoria… Aliás, com muita persuasão é a palavra… Uma simplicidade, as coisas mais brilhantes e mais profundas ditas com simplicidade. Isso é comovente. Acho que esse homem, que nunca mais vi em minha vida, e nem se quer sabe, teve uma influencia muito grande, porque me demonstrou as qualidades de um pesquisador, de um homem profundamente compenetrado no seu ramo naval, mas, ao mesmo tempo, um homem com uma simplicidade, de dizer eu conheço isto aqui, mas o que conheço eu conheço muito bem, e é um exemplo para todos. 

RTL – E sobre outras instituições…

Rela – Bom, bom, na etapa da minha vida, que trabalhava metade do tempo nos Estados Unidos e metade do tempo na América do Sul, estive muito vinculado ao Brasil. Fiz um trabalho, uma publicação sobre o teatro jesuítico no Brasil, Argentina e Paraguai, que foi muito bem recebido. Este trabalho foi a base para ingressar na Academia Carioca de Letras, que foi um acontecimento muito charmoso, no Rio de Janeiro e, depois, o Dr. Leodegário Azevedo Filho, que era professor da Federal do Rio de Janeiro, me convidou para integrar a Academia Brasileira de Filologia, que é uma das grandes academias que existem na América do Sul. E, neste mesmo dia, nesta mesma noite, entrei com um eminente professor de Florença, o Dr. Giovanni Tavanni, um grande professor, um grande filólogo, uma eminência na filologia latina. Após isto, também ingressei na Academia do Rio Grande do Sul, como membro de honra. Também estou muito vinculado à PUC, onde realizei meu doutorado em Letras. 

RTL – O Sr. estava a falar sobre o Brasil… Então, pode nos falar da presença luso-brasileira, primeiramente a portuguesa, com a Colônia do Sacramento, aqui no Rio da Prata…

Rela – Bem, Normanjos, que publicou nove tomos que realizei, é uma das mais importantes empresas dedicadas à história, tanto em microcar, quanto em microficha, ou em publicação de livros. Publicou-se nove tomos sobre o Uruguai, desde a Colonização espanhola até agora, até o ano 2000. Um destes tomos está dedicado à Cisplatina. Não só a etapa da presença de Portugal, com Lecor, enfim, que vem a Montevidéu, a luta contra Artigas, como tu sabes, mas também dedicada à parte da cruzada libertadora de Lavalleja, que está muito bem referenciada no artigo que eu li em um dos números da Revista Tema Livre [edição nº 06] e, publiquei, consegui, com muita paciência, com muito cuidado, muita dedicação, todas as atas anteriores ao dia 25 de agosto de 1825. Porque a gente se preocupa com esta data. Mas e o anterior? Dia 18, 19, 20, 21, 22, 23… Procurei tudo. Então, tem uma unidade. A gente chega ao dia 25 quando solenemente um grupo de orientais declara nula e sem nenhum valor os documentos assinados com o Brasil, sendo que é um processo anterior que se vem gestando, e esse é o valor da obra, o valor maior da obra é isso, até que chega a Assembléia Geral Constituinte, e se libera a Independência do Uruguai, com o visto da Argentina, da Inglaterra, do Imperador brasileiro, como tu sabes. 

RTL – Bem, como Lecor e a presença luso-brasileira na década de 1820 são tratados pela historiografia uruguaia?

Rela – Bom, eu diria, subjetivamente. Acho que não se viu todas as virtudes, ou as vantagens que teve, por exemplo, Lecor que, com o Padre Dámaso Antonio Larrañaga, introduz na pedagogia o método lancasteriano, que é muito importante, é um aporte valioso. O método lancasteriano é um avanço revolucionário sobre a pedagogia escolástica dos jesuítas, e a pedagogia da Igreja Católica. Bom, se dá ênfase à Cruzada Libertadora. Mas acho que o período, dos portugueses primeiro e logo brasileiro, com a Independência do Brasil, e que Lecor passa a comandar as tropas brasileiras na Banda Oriental é uma coisa muito importante. Acho que tem que estudar muito, ver com melhores olhos, sem partidarismo, sem sectarismo, com objetividade, que é uma das virtudes do investigador, porque a subjetividade te parcializa, as tendências políticas, ou religiosas, ou o que seja, e comete-se erros. E as coisas, eu aprendi uma grande lição na minha vida, há que faze-las para os vindouros, nada de fazer para o presente. Que os vindouros tenham em ti uma referência. O que tu publicas como documento, aqui tem, por exemplo, todos os tratados entre o reino de Portugal e Espanha para a América Meridional. Aqui estão todos. Isto é o que serve. Não, dizem, que disse que… Não, não. É o que está escrito. O que está assinado. O que está comprometido. O que está para a vida. Por exemplo, 1681 o tratado, o acordo entre Portugal e Espanha pelo qual se toma de novo a Colônia do Sacramento, fundada em 1680 por Manuel Lobo, até o último tratado de El Pardo de 1778, que Espanha reassume, pelo tratado anterior, de 1777… Enfim, de modo que tudo isto é o que importa. Eu sou um documentarista. Me honro de que as coisas são para os vindouros, e as coisas para os vindouros tem que ter a objetividade suficiente para que todos digam não disse que alguém disse. Não, não, não. É o que está escrito, é o que está assinado, o que está nos códigos. Um autor pode interpretar a sua moda, a sua maneira de ver, ter uma visão das coisas. Mas as coisas estão aqui. Acho que é uma lição que aprendi muito jovem, felizmente, com bons mestres, e nunca as abandonei em minha vida. E aconselho aos jovens terem objetividade. 

RTL – O Sr. está aqui com os documentos relativos a Colônia do Sacramento. O Sr. pode falar um pouco deste período da história uruguaia e como a questão é tratada pela historiografia deste país?

Rela – Bom, no livro, que te faço como presente e que resultou em um sucesso neste momento, justamente eu parto da grande idéia que tiveram os portugueses da importância estratégica e geográfica de um ponto em frente ao porto de Buenos Aires, que era a Colônia do Sacramento. Não é um fato fortuito. É um fato muito pensado. Portugal, como tu sabes, tem grande experiência em viagens ultramarinas. Toma o Atlântico Sul, chegou a Índia, ao Brasil, que não é pequena coisa, mas o Rio da Prata é a chave do Atlântico Sul, mas é a chave por vias fluviais Paraná–Paraguai. Quem é dono da trilogia Paraguai, Paraná e Rio da Prata, é dono da chave do Atlântico Sul. Isto a Corte portuguesa viu com muita lucidez. Com grande lucidez. Quando o rei, ou melhor, o príncipe regente, porque Portugal era príncipe regente à época, dá instruções muito precisas a Manuel Lobo, porque sabe da importância que tem isto, e publico aí, neste livro. A outra coisa é o avanço que fazem os portugueses, fronteiras ao sul do Rio Grande, até tocar. Intentam povoar Montevidéu. Fracassam. Zavala vem de Buenos Aires, mandado pelo rei de Espanha, e desaloja os portugueses. Mas a idéia era: Colônia do Sacramento, Montevidéu e Maldonado, três portos de águas profundas, ao contrário de Buenos Aires, são, assim, os donos da chave do Atlântico Sul. 

RTL – O Sr. esteve em Espanha, trabalhou lá, e como esta questão dos portugueses terem estabelecido um ponto luso no Prata é visto pela historiografia espanhola?

Rela – Bom, em Espanha também são parciais… É um século de lutas entre Espanha e Portugal. 1680 funda-se a Colônia do Sacramento, em janeiro de 1680, se desaloja para os espanhóis em 1778. Só faltam dois anos para se fazer um século. E este século de lutas parece tanto importante o tratado de 1750, chamado tratado de permuta ou tratado de Madrid, porque foi assinado em Madrid, que dá os povos das Missões aos portugueses, contando em ter a chave do rio da Prata. Que desenvolve a Guerra Guaranítica que é uma das mais cruéis e horríveis… Guerra em que os exércitos portugueses e espanhóis se juntam para destruir os guaranis, que eram indefesos. E havia labrado com os jesuítas os sete povos. Que está no sul do Rio Grande e a Oeste do Rio Uruguai. 

RTL – O Sr. pode falar um pouco da sua obra, do que se trata, do que já escreveu…

Rela – Prefiro que os outros falem de minha obra. Leia-a e opine. É o melhor presente que podem fazer para mim. 

RTL – E qual trabalho o Sr. está a desenvolver agora?

Rela – Agora estou preparando um grande trabalho de oitocentas, novecentas páginas sobre toda a presença espanhola e portuguesa no Rio da Prata, século XVI, XVII e XVIII. É um trabalho muito importante e pega quase todos os tratados. 

RTL – Finalizando, qual a sua opinião a respeito do uso da internet para a divulgação da história?

Rela – Bem, eu tenho uma dedicação muito grande à internet. Tenho uma comunicação com quase todo o mundo, me interessa, estou inscrito em jornais muito importantes, do Brasil, Argentina, Chile, México, Espanha, Estados Unidos… E, também, através do “Yahoo!”, “Google” ou “Altavista” tenho relações com a história, com o passado, então, para mim, é um instrumento muito importante a internet. Pela internet eu conheci a Revista Tema Livre, assim que maior coisa não pode ser. 

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