Da redação
Niterói, 13 de agosto de 2024.
O prédio da Cantareira, localizado em São Domingos, na entrada do campus do Gragoatá da Universidade Federal Fluminense, será restaurado pela prefeitura de Niterói. A obra está orçada em R$ 39.592.820,62 e levará 18 meses após a ordem do seu início. O executivo municipal desapropriou o imóvel em dezembro de 2022 e a área vai além da edificação, incluindo cerca de 13 mil metros quadrados. O prédio, que é tombado desde 1992 pela prefeitura, será a sede de um Distrito Criativo, onde haverá uma escola para a formação e capacitação de pessoas, com ênfase nas áreas de gastronomia e audiovisual.
Um pouco de História

O prédio está inserido em uma região da cidade que congrega vários imóveis de valor histórico e cultural, como o Castelinho do Gragoatá, o Solar do Jambeiro e os Museus Janete Costa e Antônio Parreiras, além de vários prédios elaborados por Oscar Niemeyer (1907 – 2012) em Niterói, sendo o mais famoso deles o Museu de Arte Contemporânea (MAC).
Até o início do século XIX, a margem leste da baía de Guanabara era denominada Banda D’Além. A região central da atual Niterói era designada Praia Grande, sendo parte constituinte do município do Rio de Janeiro. Em 1816, D. João comemorou, em conjunto com sua família, seu aniversário na Praia Grande. À altura, o monarca passou em revista forças militares que saíram da baía de Guanabara para ocuparem Montevidéu. Em 1819, D. João elevou a Praia Grande à condição de Vila Real, significando seu desmembramento do Rio.
Ao longo do século XIX era intenso o trânsito de embarcações entre a Praia Grande e São Domingos e a então capital do Brasil, sendo que a Companhia Cantareira era detentora de estaleiro para reparo de embarcações, que chegou a funcionar no prédio de São Domingos.

A travessia marítima entre Niterói e o Rio estava, na década de 1950, sob o monopólio da família Carreteiro. A qualidade do serviço era péssima e os preços aumentavam constantemente. Em 22 de maio de 1959, ocorreu a Revolta das Barcas, quando a população insatisfeita atacou a Estação das Barcas, no centro de Niterói, e a residência dos Carreteiro, no Fonseca (imóvel do Clube Marajoara, na Alameda).
Para solucionar a crise, o serviço foi estatizado e o imóvel da Cantareira passou a pertencer ao Estado do Rio de Janeiro. Décadas depois, durante a gestão do governador Marcello Alencar (PSDB/RJ), foram privatizadas diversas empresas estaduais, como, por exemplo, a CERJ (atual Enel), o Banerj (comprado pelo Itaú) e a Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro (CONERJ), adquirido pelo consórcio Barcas S/A. Deste modo, o prédio de São Domingos tornou-se propriedade privada.

Créditos das imagens: https://culturaniteroi.com.br/blog/nictheroy/302
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